29 de janeiro de 2010

Nina Simone & Design gráfico

Gosto tanto de me cruzar com pessoas interessadas e interessantes, precisamente porque me levam a descobrir coisas boas!
A B., minha colega da PG, descobriu e partilhou connosco isto, apenas 2 dias depois do bendito teste de Design Gráfico! Depois de tanto se ter falado e pensado em tipografia... vem absolutamente a propósito!

Um jogo dinâmico de tipografia e símbolos para coreografar esta sublime música na versão de Nina Simone!
Gostei, gostei muito!!

Oiçam e vejam!
Diria que vale a pena!




Descrição do vídeo:
This was done for a motion graphics class in the SVA MFA Design program.
The assignment was to create a music video using just type and typographic elements in black and white.
The song choice was up to us.
The professor was Gail Anderson.



PS:
Ah! Se passares por aqui entretanto, André,
esta é especialmente para ti que tanto gostas de Nina Simone!

28 de janeiro de 2010

Serei eu a única...

... a quem a
PACIÊNCIA
e a
CONCENTRAÇÃO
falham
precisamente
quando fazem mais falta?...

26 de janeiro de 2010

Respiração suspensa


Ele foi embora.
Seguiu para onde tinha de ir.
E ela jurou que não mais voltaria a respirar enquanto não reencontrasse o seu olhar, enquanto não voltasse a sentir a onda da sua respiração aportar na praia do seu rosto.


E ela aguarda...
Espera que com ele regressem os raios de sol, os dias de colher as ameixas de sabor quente e doce e comê-las ali mesmo, junto à árvore-mãe.
Espera que ele se decida a olhar para trás. Não. Que ele estaque a meio do caminho e perceba que deixou algo lá atrás... a força dos seus sentimentos. A vontade imensa que ela tem de lhe aquecer as mãos nas noites de Inverno, de estender para os dois a toalha de piquenique na planície de sempre, de o beijar adormecido à beira-mar, de sentir com ele o primeiro pingo da chuva de Outono cair na terra do seu ser e levantar aquele odor tão familiar para os dois, de simplesmente contemplar o seu corpo despido enquanto ele dorme ao som da brisa quente de Verão.

E ela espera que ele, longe, sinta o seu peito apertado e que volte atrás, a correr, que lhe acaricie o rosto com aquelas mãos já tão cúmplices da sua pele e lhe diga finalmente:
Shhhh... vai ficar tudo bem... estou aqui de novo...

Escrito a meio da noite,
a meio da insónia,
no verso da página sobre translineação,
que devia estar a estudar...

25 de janeiro de 2010

Uma bolha de oxigénio... ou só um desabafo...

... e já aqui estou outra vez...
... porque este é o meu refúgio...
... porque preciso de respirar e não consigo...
... porque tive um ataque de pânico e não me consigo concentrar e estudar...
... porque não o posso dizer a ninguém...
... porque estou cansada, muito cansada...
... porque mantenho a respiração suspensa por ti e desespero para que dês um pouco do teu ar...
... e porque porque não percebo...

Devia estar a estudar...

... mas tenho tanta vontade disso como de comer pimentos (blhergggg)!!

E pronto... em vez de ganhar juízo, ando por aqui a vaguear... E vagueei tanto que encontrei isto:


Original aqui

Ainda gostava de saber como é que um programa de selecção automática de textos foi buscar o meu bloguezito das fotos...

24 de janeiro de 2010

Pensamento do dia...

Entre os ingredientes que compõem
a verdadeira sabedoria,
esquecemos demasiadas vezes
a pitada de loucura.
Amin Maalouf





22 de janeiro de 2010

Safe text street

Já não é novidade, ao que parece, mas foi a primeira vez que ouvi falar disto e achei tão curioso que não resisti a partilhá-lo aqui.


Falava-se ontem nas aulas sobre o apogeu da tecnologia nas últimas décadas e da forma como estamos cada vez mais dependentes e dominados por ela. O tema da conversa era à maluqueira pelos iPhones e pelo telemóvel em geral...

A páginas tantas, eis que o prof. nos fala da Brick Lane em Londres.

Ao que parece, os acidentes pessoais de tal forma frequentes naquela rua acontecem quase sempre com as pessoas que vão tão embrenhadas na escrita de SMS que deixam de prestar atenção aos obstáculos... O pessoal vai a escrever a mensagenzita e, truz, uma cabeçada no poste, tropeça no degrau, etc., etc...

E em Londres, que prima sempre pragmatismo, não se vai de modas! Toca de almofadar tudo quanto é obstáculos de forma a proteger estes transeuntes lunáticos que não vêem por onde andam!! (ler aqui)

O pior no meio disto tudo é que me vejo obrigada a confessar que eu sou uma das pessoas que poderiam beneficiar com este tipo de "adaptação"... Quem me conhece, sabe que ando sempre de telemóvel na mão...

Quem sabe se em breve não começam a surgir postes almofadados em Lisboa?!...
It's the way of the world...

20 de janeiro de 2010

In a place where there is no space or time

...if my words don't come together, listen to the melody...



 
This one goes out to you, Dreammaker...



Hoje...


Até agora, o melhor do meu dia foi
ouvir o teu sorriso...

***
Preferia mil vezes passar o dia contigo e ver-te também a sorrir
do que ficar presa a esta bendita rotina...
Parabéns, minha querida C.*!!


*A C* é a minha priminha que faz hoje 5 aninhos!
É uma menina linda, de olhos cor do mar,
e a grande cúmplice do meu Coelhito V.!


19 de janeiro de 2010

Detesto...

... as (i)lógicas de simplificação portuguesas!!!

Criaram o Correio Verde para simplificar o envio de cartas e encomendas! É só comprar o envelope ou a caixa, meter lá dentro o que é preciso e deixar na caixa para o Correio Verde!!
Fantástico!
Sem filas, sem esperas na estação!!
Só meter a coisa na caixa!!
Perfeito!
Pois!!! E onde está a caixa, perguntam vocês?!!
DENTRO da estação!!!!
DENTRO!!!
A estação que POR ACASO tem o mesmo horário de abertura, de fecho e de almoço que o meu emprego...
Raios partam...


18 de janeiro de 2010

This woman








This woman is crazy
Comes around now and then
And shouts some words at me.

She's wrong most of the times
But it's times when she's right
She really gets to me.

So I pray
Not to see her again
Everytime she comes around
******

Vejo esta mulher como uma Sra. Consciência, a quem se admite a razão ao mesmo tempo que se quer desesperadamente fugir a ter de o fazer... Uma senhora que perdidamente atraente e contudo intimidante...

Estou absolutamente encantada com o trabalho destes meninos portugueses!!!

Sean Riley & The Slowriders
"This Woman"
Only Time Will Tell



O jardim dos impossíveis

Cultivo um jardim de impossíveis.

São poucos os que reparam nele, que se esconde, tímido e discreto, por detrás das laranjeiras. Prefiro-o assim, imperturbado por olhares alheios e incapazes de ler a sua beleza.

Sou uma jardineira ciosa. Cuido dele com muito afecto, beijo cada uma das flores que lá desabrocham, acaricio com as mãos desprotegidas a terra que lhes dá vida.

É aí que também passo horas sentada na minha cadeira de verga, com um livro no colo ou simplesmente vazia de tudo o resto. Alinhei-a com o Sol: se nela me sento de manhã, a estrela-mor desponta e afaga o meu rosto com os raios que se conseguem escapar à rede dos troncos do cedro centenário; se lá encontro o meu descanso ao fim da tarde, protege-me dela a sombra das mesmas laranjeiras que abrigam este meu refúgio.

Neste jardim de impossíveis florescem lírios brancos de amizade pura, rosas do vermelho intenso das paixões ardentes, camélias serenas de doces e suaves toques de sentimentos, frescas avencas que expulsam o ar saturado.

Neste jardim de impossíveis, os impossíveis são possíveis, têm corpo, sentem e são sentidos. Neste jardim cuja existência todos julgam desconhecer, os canteiros vivos de afecto são o chão que alimenta os mais puros sentimentos e onde, sem saberem, muitos florescem com viço e vigor...

16 de janeiro de 2010

Avalon

Regresso a casa. Sozinha.
A noite está fria e negra.
O som do rádio está junto a mim, mas sinto-o longe, muito longe.
A minha mente divaga por outras paragens.

Encontro perante mim uma nuvem densa.
Entro.
Não tenho como escapar.
Não quero escapar.

A bruma envolve-me e eu perco o rumo.
Já não discirno as linhas da realidade.
Já não sou eu que me conduzo, mas sim uma qualquer força que não entendo.
Não sei para onde vou.
Aquele é o caminho de sempre, mas já não o reconheço.

De repente, estou numa barcaça à deriva.
Sem remos.
Não vejo as estrelas.
Por fora da bruma, só a noite.
O meu corpo é embalado pelo ondular das águas.

Estou sozinha e não sei o que fazer.
Não há nada a fazer.
Só deixar-me ir.
Entrar nessa hipnose cantada pelo suave beijo entre as águas e o casco...
Imergir nessa nuvem misteriosa, escura, mas meiga e delicada...
Do outro lado estará talvez à minha espera a margem pacífica, o refúgio, da ilha secreta...
Fecho os olhos e deixo que me levem...

Img

12 de janeiro de 2010

(Último*) pensamento do dia



Diz a minha professora de Revisão:
Este é um
sujeito complexo.
E acrescenta em tom resignado:
Acontece...


Podia dar-vos o contexto da frase, mas acho que perdia a piada...
Perdia, não perdia?!...
Decidam vocês quem é o sujeito...


* Último porque entrei em modo vegetativo
pouco tempo depois de ter ouvido isto...
Dia demasiado longo e cinzento...

10 de janeiro de 2010

Deep peace



Deep peace of the running waves to you,
Deep peace of the flowing air to you,
Deep peace of the smiling stars to you,
Deep peace of the quiet earth to you,
Deep peace of the watching shepherds to you,
Deep peace of the Son of Peace to you.
  - Bênção celta -
 
Lembrei-me deste poema esta tarde, nem sei porquê...
Ouvi-o pela primeira vez num filme há demasiados anos para que me lembre do seu nome...
Mas o poema ficou... ficou porque a força dos elementos  em palavras tão simples me impressionou...

9 de janeiro de 2010

Avatar


E se criássemos um reflexo de nós mesmos e entrássemos numa vida paralela?

Apesar de esta Anna que assina o blog ter muito do que sou, Ana Isabel, não deixa de ser uma persona - um avatar - de mim, que vive e se movimenta numa realidade paralela, dissociada do quotidiano palpável e desconhecida das pessoas que o partilham comigo.

Mesmo assim, vivo neste mundo com a mesma intensidade e de forma quase tão real como o outro mundo...

E se um dia percebesse que, na verdade, prefiro viver nesta vida paralela?
E se constatasse que, afinal, aqui posso ser muito mais eu?
E se sentisse que aqui as barreiras físicas e sociais deixam de existir e posso ser quem quero, agir e falar como quero, estar com quem quero, quebrar as barreiras do tempo e do espaço e viver de forma mais pura?
E se um dia isso realmente acontecesse e eu me começasse a sentir espartilhada, sufocada, na vida real?

A verdade é que, muitas vezes, nos últimos tempos sobretudo, tenho querido estar mais aqui, neste lugar inexistente, onde afinal eu sou só uma ideia, uma personagem sem essência corpórea... porque aqui encontrei algo que me faz feliz e que não posso ter na realidade...

E como enfrentar isso mesmo?...
..........................................................................

Fui ontem ver o Avatar...
Não é, à partida, o meu género de filme, e talvez tenha sido esse um dos factores que contribuiram para a minha surpresa...
Um filme que ouvi algures descrever como sendo "pobre em termos de argumento" e que me surpreendeu de forma avassaladora, por todas as mensagens intrínsecas sobre nós, humanidade, e sobre a nossa forma de vida...
E também, obviamente, pela beleza desse mundo paralelo brilhantemente criado pela equipa de James Cameron.
Seja como for, foi daí que nasceu esta, como algumas outras reflexões em que me perdi entretanto...


Img 1 (Reflection)
Img 2 (Avatar's poster)

6 de janeiro de 2010

Mensagens


Enches a tua ausência
com suaves
mas intensos toques de luz.
Pequenos telegramas de sentimentos épicos,
demasiado grandes
para caberem
em toda a sua dimensão
num tão pequenino e mundano embrulho.

Mas cabem.
Não atenuam a tua ausência,
mas trazem-te para perto de mim.
Não são o teu toque,
mas aquecem-me o coração,
Adocicam-me a alma porque me dizem que,
sendo impossível mais,
recebo palavras embebidas no néctar do teu amor
dentro deste pequeno envelope imaterial…

4 de janeiro de 2010

Trivialismos I

It's raining cats and dogs outside*...



*As expressões idiomáticas inglesas ainda
conseguem ser mais estranhas do que as nossas...

3 de janeiro de 2010

2010 - Press play!

Cruzar o limiar de um ano, de uma década, é um excelente momento para olhar em retrospectiva para essa curta-metragem que se foi desenrolando entretanto.
É também o momento certo para tomar decisões.
Ou deixar que as decisões nos tomem a nós.

Há momentos em que, sem o perceber, saímos de nós e conseguimos ver-nos na tela.
E é nesses momentos que conseguimos finalmente ser racionais.

Se os raios de Sol estão lá fora, então porque raio é que não abrimos as cortinas?!!
Se dos quatro actos da peça, três são trágicos, mas último deles tem um final feliz, então porque choramos  no fim?!!
Se temos à nossa frente o caminho para o campo de flores, então o que fazemos parados sem avançar?!!

Quando nos deparamos com estas cenas, tornamo-nos aquele expectador que se irrita com a personagem na tela e, do seu sofá, grita exasperado em jeito de incentivo para a personagem, como se esta, do outro lado, nos pudesse ouvir e entender.

A diferença é que nesta curta-metragem, a personagem consegue de facto ouvir o seu expectador e, do outro lado da tela, procura atento a fonte dessa voz encorajadora e, como que a encontrando, abre o seu rosto num sorriso de cumplicidade e, finalmente, decide abrir a cortina e deixar o Sol entrar!

2009 começou em êxtase e depois entrou em queda livre, quase terminando num beco demasiado sombrio.
Não terminou porque, a poucos dias do fim, uma expectadora deu por si a olhar para essa personagem de si mesma e decidiu gritar a plenos pulmões. E não é que a personagem ouviu?!!
2010 começa com muita calma e com a convicção de que a curva, desta vez, será ascendente!