29 de junho de 2009

Um mundo paralelo...

Neste mundo paralelo, nascido inadvertida e inesperadamente da nossa mente, adormeço aninhada nos braços daquele que me observa e descobre espelhado nos meus olhos o melhor de mim...

Aqui, não precisamos de luz. Mesmo as palavras chegam a ser acessórias, por vezes. Sentimos o que está em nós, de olhos fechados, confiantes, sem a restrição das imagens ou das descrições.

Aqui, somos seres puros, talhados um para o outro, sem recriminações nem fantasmas. Sem outros. Sem regras. Sem convenções. Sem distâncias. Valemos por nós mesmos.

Neste mundo intermédio, inacessível e ao mesmo tempo tão próximo, tão real, tão essencial, respiro descansada porque me sinto protegida e protectora.

Irreal? Talvez...
Inexplicável? Provavelmente...
Inevitável? Evidentemente...


PS.:
Obrigada pela imagem, querido Swa!
Agora tens é de me ajudar com a respectiva fonte...

26 de junho de 2009

Esboço

Por onde se começa um esboço?

Um qualquer traço,
uma marca,
um objecto,
uma ideia…
qualquer coisa,
pequena ou grande,
discreta ou óbvia,
não importa…
desde que capte o olhar…

E depois?
Depois pegas em emoções,
olhares,
toques,
traços da essência do ser
que nos inspira,
que se vai revelando ao sabor
do tempo,
das ideias,
da carícia do vento no seu rosto,
do sorriso despoletado pela ternura de um gesto,
do olhar indignado por algo que o revolta,
do toque na ferida que afinal ainda dói,
do mimo que o faz renascer…

Não é um esboço parado, imóvel,
uma fotografia de uma imagem imutável!
Não!
É antes um esboço vivo,
uma criação permanentemente em metamorfose,
uma imagem que se constrói a si mesma,
que deixa antever não a forma,
mas a essência…

23 de junho de 2009

Neeeeeervos!

Às vezes tenho a sensação que, para se ser um chefe verdadeiramente bem sucedido, é requisito essencial ter a capacidade de, pelo menos esporadicamente, testar os níveis de irritabilidade dos empregados!! Todo o chefe que se preze, por mais fantástico que seja (e os meus são-no!!), tem de saber, mais ou menos conscientemente, ferver o sangue do seu staff!

Porque é que no dia em que temos coisas combinadas, planeadas e com horários marcados nos cai no colo, assim a pouco mais de meia hora do final do dia um "maravilhoso" trabalhinho que nos exige pelo menos mais uma hora e meia para ficar prontinho e bonitinho como eu gosto?!!

Não! Parece que nos lêem a mente! Quando não temos mais nada para fazer, não planeámos nada porque partimos do princípio que o dia vai ser difícil e longo, eis que saimos à hora certa, descansadinhos da vida e com a sensação de dever cumprido! Aproveitar o resto da tarde? Pois, assim de repente, nem sabemos muito bem como, não estávamos à espera de ter tempo livre!

No dia seguinte: ena, isto hoje até vai dar para resolver umas coisas e ainda chegar a horas e sem as correrias do costume à aula de step! Puff! Lá vem a leitura de mentes outra vez e, logo de seguida, o boicote!

Ai, neeeervoooos!!!!

Pronto, admito, hoje não foi um bom dia...

Lágrimas mudas

Porque é que as palavras me atormentam com os seus gritos lancinantes a ecoar dentro da minha cabeça mas não me deixam expulsá-las, libertar-me e mostrar ao mundo o que elas estão a fazer comigo?!!


Entrincheiram-se no refúgio que as criou e aí travam uma batalha sem escrúpulos nem piedade contra aquela que é, afinal, a sua única aliada…


Não estão aprisionadas, muito pelo contrário, têm o caminho livre, mas preferem perpetuar a turbulência dentro duma mente só… e a única coisa que deixam sair como parco vestígio da sua existência são lágrimas mudas e efémeras que não mostram minimamente toda a força e impacto que as suas causadoras infligem…

17 de junho de 2009

Cumplicidades

A noite e a cidade são nossas cúmplices. Abraçam-nos num véu de anonimato e dão-nos liberdade para vivermos este sentimento.

Debaixo deste manto, somos seres desconhecidos, indiferentes e pequeninos perante o ardor fervilhante das ruas, das casas, dessa gente apressada que nada vê... e, no entanto, rei e rainha desta história de amor, intemporal e imensurável.

Essas duas feiticeiras que nos abrigam brindam-nos ainda com a sua poção, que sorvemos agradavelmente e nos faz subir à flor da pele o indizível que nos aquece a alma.

O sorriso. O toque. O beijo sob a abóbada estrelada da cidade. O vinho que nos abre a passagem para esta dimensão luminosa e infinita.

A noite que abafa o grito expansivo do prazer... banal para os outros, comuns mortais, que não sabem de onde vem nem o que significa este sussurro sibilado de harmonia. É só nosso. Daqueles que o sentem com toda a sua força e impacto. Daqueles que emanam o brilho invisível do amor.

Comparsas fiéis dos amantes da noite, quantos de nós são vossos protegidos? Quantos de nós repousam ao abrigo do vosso seio sem vos valorizar devidamente, silenciosas guardiãs?...

Crash

It's the sense of touch...
I think we miss that touch so much
that we crash into each other
just so we can feel something.
Crash (2004)



Terei visto poucos filmes ao longo da minha vida que me tenham impressionado tanto pela intensidade de sensações que vieram à tona da forma que este o fez...

E porque a frase de entrada me soa tão verdadeira, teria de ficar aqui...

15 de junho de 2009

1ª Corrida de Saltos Altos


Vai realizar-se no próximo dia 21 de Junho no Passeio Marítimo de Lisboa a nossa 1ª Corrida de Saltos Altos, organizada e patrocinada pela Lipton!

Seguindo como fonte de inspiração as maratonas homónimas que têm acontecido um pouco por todo o mundo (Austrália foi um dos países pioneiros), chega agora a vez de nós, meninas portuguesas, mostrarmos do que somos capazes do alto dos nossos saltitos!

Para quem se movimenta pela cidade, sobretudo pela nossa Lisboa, totalmente invadida pela tradicional calçada portuguesa, andar de sapatos de salto pode ser de facto um desafio… mas é também uma questão de hábito! Falo por experiência própria! E acreditem que já me é mais fácil andar de saltos do que de sapatos rasos ou mesmo de ténis!

Da última vez que fiz uma caminhada, os ténis fizeram-me bolhas nos pés! Pois bem, da próxima, só me apanham a fazer esse percurso com um dos meus pares de sapatitos maravilha!

Anyway, esta corrida é mesmo a minha carinha (ou o meu pézinho)! Ainda vou escolher o parzito que vou levar...

14 de junho de 2009

:S

Acordei com uma dorzinha estúpida no pescoço que não mo deixa virar decentemente...

Será um sinal de que o meu prazo de validade expirou?....


Ou isso ou é uma subtil mensagem
do meu subconsciente
de que trabalhar ao fim de semana
não é saudável...

10 de junho de 2009

Times like these

E já que falo em The Script e em músicas que nos tocam de modo especial,
aqui fica um pequeno tesouro que encontrei enquanto procurava imagens da banda:



The Script com "Times like these", dos Foo Fighters
ou
ouro sobre azul
Para ti, Gi!

A música já é velhinha, mas continuo a ver-te a ti sempre que a ouço...

The Script @ Aula Magna

Cheguei agorinha mesmo da Aula Magna.
Foi a primeira vez que lá estive, o que é no mínimo estranho, já que o espaço é parte da minha faculdade… Como é que passaram seis anos sem que lá tenha entrado? Pois que não sei…

Os The Script vieram finalmente à nossa capital mostrar o melhor de si! Um espectáculo simples, minimalista, sem grandes adereços ou efeitos, muito ao seu próprio jeito! Sem grandes ondas, apresentaram o seu álbum de modo animado e criando uma boa empatia com o público, ainda que, para isso, a pronúncia irlandesa tenha constituído um desafio!

Facilmente identificáveis com Police, ou talvez também Bryan Adams, diria que estes meninos conseguiram uma boa receita para cativar o público, desde a sonoridade ao conteúdo das letras!

Para além dos singles já conhecidos, deixem-me dizer que fiquei agradavelmente surpreendida com a força de "Rusty Halo", provavelmente um dos pontos mais altos do espectáculo! A notar também a doçura de "I'm yours"! Nenhuma destas duas ainda tinha captado a minha especial atenção no álbum, mas conseguiram surpreender-me esta noite!
A mim, como a toda a sala, com certeza, tocou-me bem fundo o single que os trouxe até nós. Já aqui tinha mencionado The man who can't be moved como um sonoro poema ao verdadeiro amor, mas é justo voltar a dizê-lo!

How can I move on
when I'm still in love with you?

E foram estas as palavras que me deixaram lágrimas nos olhos… Sei que esta música me toca tanto a mim como a qualquer outro que lá tenha estado… Mas porque me sinto tanto no papel protagonista desta história, e porque isso me dói, as lágrimas cairam, sentidas…

Obrigada às minhas amigas fotocópias pela companhia!
Estava difícil de voltar a ver-vos!! Foi preciso The Script para nos juntar!

9 de junho de 2009

Sempre a aprender!

Acho que nunca o mencionei por aqui, mas tenho um coelhito espertalhão e espevitado a saltitar pela casa quase todos os dias! É impossível não sorrir quando ele anda por perto com as suas lógicas e conclusões.


Estávamos hoje os dois no sofá à espera do resto da família para jantar, perdidos nas nossas conversas altamente profundas, e o que saiu da lá foi isto:

(a conversa tinha a ver com comidas e bebidas de que gostávamos...)

- Coelhinho, gostas de ovos?
- Sim!
- E de onde vêm os ovos?
- Das galinhas!
- E o leite?
- Das cabritas!
- Boa! E das vaquinhas também! E de onde vêm os bifes, sabes?
- Sei!! Do Pingo Doce!

E pronto, com esta ficou aqui a tia sem reacção... E, acreditem ou não, isto é beeem frequente...

O V* é o meu fantástico sobrinho!
Tem 2 anos e 8 meses e uma lábia inacreditável!
Já para não falar da energia!
Para a tia, é e continuará a ser sempre
o meu Coelhinho...

7 de junho de 2009

Snapshots (II)


Só porque a conversa no espaço do Swadharma me lembrou desta coisita doce que já tenho comigo há tantos anos!

Não sei se concordo em incluir o príncipe sapo na categoria de clichés, mas, a sê-lo, é um dos poucos que ainda me faz sorrir! Nem tanto pelo próprio conceito, mas mais pelas origens do conto...

A foto não é minha, mas sim do Ricardo que, em Heidelberg, no Verão de 2006, encontrou esta pequena estatueta junto a um pequeno lago em homenagem ao conto dos Irmãos Grimm, Der Froschkönig... uma história que faz parte do imaginário de infância de todos nós... um doce...


Palavras & papel

Mesmo no caso daqueles que consideram a sua letra menos bonita - a minha não o é: sou esquerdina, a letra é irregular e inconstante e varia bastante consoante o meu estado de espírito - a vida das palavras assim criadas parece ter uma maior força...

6 de junho de 2009

Snapshots (I)

Directamente do meu quintal! =)

Dream team - o efeito WSI

Ontem foi noite de reencontro... já poucos de nós se mantêm na casa... uns seguiram por outros caminhos, outros foram obrigados a a desviar-se, alguns, porém, continuam de pedra e cal...

Seja como for, é delicioso perceber que continua a existir ali uma afinidade que não cresceu deliberada ou conscientemente, mas cuja presença é obviamente perceptível!

Com eles, sinto-me em família! Sinto-os como membros de um clã, espalhados por aqui e por ali, mas quando conseguem reencontrar-se, sente-se sempre o acolhedor clima de empatia. A maravilhosa sensação de que estamos sempre prontos a estender a mão uns aos outros, o aconchego de perceber que estamos sempre nos pensamentos uns dos outros...

O WSI (CG) é isto mesmo para mim: uma família da qual precisei de me afastar, mas à qual regresso sempre de bom grado, cujos problemas me preocupam, cujas alegrias me animam...

Creio que poucos, além de nós mesmos que o sentimos, conseguirão perceber a força, o entusiasmo e o brilho desta equipa...

Gosto muito muito de vocês!

Vanda - fatídico!! (my fatidic best friend)
Vanda (inha) - purpurinaaaas!!!
Vera - almighty queen of the universe (almighty mummy too!!)
Inês - the special two! (we were the fantastic evening shift...)
Inês - miminho!! (my new me)
Carlos - Mr. Pray
Sónia - Xoninha! (flowers!!)
Laura - where's the spaceship, Laura?!
Sofia - Fô....miga
Joey - many have tried and many have died!!
Isis - a grande chefa!!!

E ainda...

Mara, Alexandra, Martinha, Raquel, Raquel Tolda

3 de junho de 2009

Pensamento do dia

I have nothing to declare
but my genius.
Oscar Wilde

2 de junho de 2009

Easier said than done...

Lembram-se do "Fuck it"?

Pois bem, na altura falei do conceito do livro, comentado na revista Happy de Maio, mas acabei por nem mencionar o respectivo artigo…

Hoje, uma amiga disse-me que se lembrou de mim ao ler um artigo desta mesma revista e, curiosamente, é precisamente uma das secções relativas a esse tema.
Ora, o que chamou a atenção da minha amiga foram as seguintes palavras:

Que se lixe o amor

Conhece aquela sensação de estar apaixonada e investir tudo numa relação? Tudo tem enorme importância: os telefonemas, a espera por aquele encontro, por aquele jantar especial… Depositar as nossas expectativas noutros, sobretudo em relacionamentos que são como areia movediça, é colocar em risco a felicidade. Se disser um «que se lixe» (eu prefiro a versão original - «fuck it»), se se imaginar, por momentos, a viver sem aquela pessoa ao seu lado, verá que sobreviverá. (…) Num relacionamento, não dê tanta importância a determinadas situações, verá que fica menos dependente e que a sua auto-estima não tem de ser um iô-iô na mão do outro.

Suponho que haja muito de inteligente e sensato nestas palavras, mas… tal como disse à minha amiga hoje, e tal como pensei na altura em que li o artigo, "it's easier said than done"…

Quando estamos de fora, é-nos fácil perceber a verdade inerente a estas palavras, mas no calor do momento, inadvertida e inconscientemente, caímos sempre na tentação...

E, pensando bem, não é suposto ser assim? Estar apaixonado significa precisamente sentir tudo intensamente, dar tudo por aquela pessoa…

Perceber que foi em vão e sofrer por isso… bom, isso é algo a que não podemos fugir… mas pelo menos demos o melhor de nós por essa relação... podemos sentir muitas vezes que foi um desperdício, que pode ter sido um erro, mas no momento, quando amamos, nunca o é… Amar nunca é um desperdício...

(Saudades… ainda…)

Momentos zen...

fim de tarde
brisa suave
silêncio
eça de queiroz

1 de junho de 2009

Notas (I)

Suave e discreto.
Navega por entre as ondas do sopro do vento.
Não diz, não mostra, não precisa que o vejam.
De passos seguros, vai cravando o rasto efémero dos seus passos no areal.
Pára decidido, como se aí tivesse encontrado o seu oásis, visível apenas para si mesmo.
É ali.
Continua silencioso.
Apenas as folhas do livro ouvem os seus pensamentos.
Só a brisa do mar sente o seu rosto sereno.
Não há mais nada.
O tempo é só dele.
O bater ondulante da espuma no seu ser deixa apenas trilhos comedidos e indecifráveis para o comum dos mortais.
É a sua aura encantadora de livro aberto escrito a tinta transparente que fica quando a luz do Sol parte enfim…