25 de abril de 2009

Shoes (II)


Os meus meninos mais novinhos!
Mais uns "spring shoes", desta vez sem saltos!

Bella Luna

Porque esta música é absolutamente doce...

22 de abril de 2009

Faz-nos pensar...

Don't wonder why people go crazy.
Wonder why they don't.


Grey's Anatomy

20 de abril de 2009

Paixão pelas letras

Quem me conhece bem sabe que eu sempre idealizei de alguma forma a profissão docente e que, teimosa e persistente, percorri o caminho necessário para chegar a ser um dia professora... Caminho que foi fácil e claro até... entrar no ensino propriamente dito...

Quem saiu do Ramo de Formação Educacional foi uma professora no papel, mas desmotivada e descrente relativamente ao que encontrou no ensino público e na prática real de ensino nas escolas, onde por vezes me pareceu que era preocupação maior o duelo pela titularidade, a contagem decrescente para a reforma e para "se livrarem das pestes" e as amarguras para com a ministra e o ministério, do que propriamente ENSINAR.

Por outro lado, enfrentar a desmotivação, o desinteresse e ausência de sentido para aprender que se sentia nos pequenos de 12/13 anos com quem trabalhei é como ter de aguentar serenamente baldes sucessivos de água gelada na cara...

Tudo isto é, obviamente, uma generalização! Não invalido - muito pelo contrário, antes comprovo - a existência de pessoas motivadas, altruístas e interessadas, tanto do lado dos alunos como dos professores! Mas infelizmente, a sensação que ficou foi a de que os primeiros tendem a abafar estes últimos... Pena...

Em todo o caso, encontrei esta semana no Expresso algo que me fez sorrir e recuperar de certa forma aquilo que me fez sonhar e querer, do fundo do coração, tornar-me professora e dar tudo de mim para o ser...

Aqui ficam então as palavras de Henrique Levy, escritor e professor, que até agora me era desconhecido, mas que, pelo que li, pode bem vir a tornar-se um must!

Quero ser sempre professor. Não sei ser outra coisa. Comecei a sê-lo tinha uns nove anos e foi no dia em que um jardineiro da casa me pediu para o ensinar a ler e a escrever. Dois anos depois o José fez o exame da 4ª classe e passou. O ensino é, de algum modo, uma forma de religião. É algo a que eu estou disposto e atento 24 horas por dia: deito-me e levanto-me a pensar nos meus alunos.

É este o espírito...

in Revista Única, Edição 1903 de 18 de Abril de 2009

14 de abril de 2009

Catarse

Há momentos em que chegamos a um tal ponto de saturação que nada nos soa bem, nada está correcto, em que parece que o mundo está combinado em fazer-nos sentir tão miseráveis quanto possível... E depois entramos numa espiral descendente em que o negro parece maior e mais intenso a cada instante...

E de repente, quando percebemos, a tempestade pára, a luz começa a irradiar novamente, sem que nos aprecebamos verdadeiramente do que moveu esta mudança...

Na maior parte das vezes, o truque está nas coisas aparentemente mais banais do mundo... tão banais como uma aula de step! Sem te aperceberes, aquilo que te irrita visceralmente em circunstâncias normais acaba por motivar grandes gargalhadas quando te sentes assim tão negra... a volta que nunca consegues dar, a esquerda que é sempre a esquerda errada, o passo de que te esqueces por sistema... irritante? Sim! Mas nestas circunstâncias, o efeito é definitivamente catártico!

Pena que tenha descoberto tantos pequenos e banais prazeres da vida como estes só agora!

São gotinhas destas que nos fazem pessoas mais leves!

13 de abril de 2009

Desiludida

Às vezes fico com a sensação de que as pessoas não têm realmente vontade de se mexerem para estar comigo... Sou eu que tenho de me moldar e sujeitar à sua disponibilidade, nunca o contrário...

Eu sei, isto soa provavelmente a grito de egoísmo, mas em todo o caso é o que sinto.

Viver fora da metrópole complica obviamente as coisas, mas não me parece que eu viva assim tão desterrada, nem que a minha "província" seja assim tão longe... nem me parece que seja de todo justo que seja sempre eu a fazer os kilómetros para chegar até alguém...

Sinto-me cansada, só isso...

11 de abril de 2009

Pequeno toque de civismo



É a segunda vez que encontro uma destas pequenas maravilhas e, honestamente, não esperava encontrar uma aqui pela "província"!!

Da primeira vez que vi este cartaz, numa praceta residencial pertinho da Fundação Calouste Gulbenkian, confesso que a primeira coisa que me chamou a atenção foi a própria imagem e nem tanto aquilo que ela estava a sinalizar.

Convenhamos que o artista que desenhou o "esforço" do cãozito teve, no mínimo, sentido de humor! Do género, já que estou a desenhar uma placa de sinalização de um WC, ao menos que me divirta com isso! E foi muito bem conseguido!

Dessa primeira vez que encontrei o tal de WC canino, achei que era uma fantástica e rara demonstração de civismo! Parece-me que ninguém gosta de estar continuamente a encontrar os pequenos presentes aliviantes dos nossos amiguitos de quatro patas... nem mesmo nós que os temos e que sabemos o tamanho da náusea de ter que limpar... Fiquei de tal forma encantada pela iniciativa que tirei uma foto e andei a mostrar ao pessoal na faculdade e aos amigos, como se fosse uma pequena pérola! (Da mesma forma que fotografei há anos em Heidelberg o ecoponto em que se separa vidro por cores e os ecopontos de jardim que todas as casas tinham - cá colocarei as ditas fotos em tempo oportuno).

Acho que não sou alucinada por achar interessantes estas coisas! A questão é que fico bem impressionada cada vez que encontro este tipo de demonstrações!

Bom, mas voltando atrás... Na passada sexta-feira de manhã, lá me convenceram a acordar cedinho para uma saudável caminhada à beira Tejo! Céptica, como sempre, lá assenti, aceitei o desafio e, por sinal, adorei! (A repetir, sem dúvida!)

E qual não é o meu espanto, caminhando por aquele percurso recentemente - e excelentemente - requalificado, encontro uma destas pequenas maravilhas do civismo! E, obviamente, o momento teve que ser documentado, com o devido sorriso aprovador já familiar para os que me conhecem, sob os olhares dos meus amigos que, ao ver-me a fotografar um WC canino, pensaram com certeza que o meu estado mental estava novamente a dar claros indícios de deterioração!

8 de abril de 2009

Desire is a homeostatic system

Escape from one set of circumstances brings confinement in another.
The fated love turns out to be a human fantasy.
Desire is a homeostatic system.
Push it down in one place and it rises in another.


Jeffrey Eugenides (Introduction to My Mistress's Sparrow is Dead)

Deparei-me com estas palavras na introdução de um livro que comecei a ler recentemente…

O autor deixou-me curiosa desde logo pela escolha dos contos para esta doce colectânea - não as histórias de amor bonitinhas que , depois de superadas as adversidades, acabam bem para os heróis, mas aquelas que mais se aproximam da realidade, aquelas que nem sempre nascem da melhor forma, que não são necessariamente cor de rosa, que ganham em complexidade dramática e perdem em floreados romanticos…

E depois encontro esta declaração… Nunca tinha pensado nisto deste prisma, mas acabo de me dar conta de que já o senti… Parece que o tal equilíbrio que - dizem - domina o universo, também se aplica aos sentimentos humanos. O ricochete quando a bola bate na parede, o boomerang, os pratos da balança…

Talvez seja mesmo muitas vezes por aí … é precisamente quando sentimos o impacto e somos projectados para trás por uma relação ou qualquer outra situação que acabamos por encontrar, por contraste, aquilo que nos parece completar… Mas então… será que muitas vezes o amor (ou só o desejo, se o preferirem) é resultado de rejeição?! É porque foi retirado o peso de um dos pratos da balança que o outro assume o seu próprio peso e valor?!

Poderá não ser assim tão linear (nada é puramente linear), mas acredito que uma parte das relações floresça a partir de sentimentos destes… não apenas rejeição duma outra relação, mas uma forma de compensação por qualquer outra coisa…

Hmm, dá que pensar…

4 de abril de 2009

Pegadas efémeras

Olhas para ti de fora, recusas a tua própria materialidade, refugias-te na do teu alter-ego e olhas. Sem entrar. Sem deixar entrar. Mero espírito observador, preso no limbo, sem cair nem subir. Maldito espírito crítico que te condena a observar sem te deixar sentir!!

E assim és um mero caminhante que se cruza no caminho dos outros timidamente mas que não deixa marca. As suaves pegadas vão-se com a brisa do vento da ampulheta cruel do tempo. E os caminhos lá continuam, livres e prontos a receber mais pegadas de experiência, de vida, de luz. E os que passaram antes, ou deixaram o brilho de uma marca cravada nas pedras, nas árvores, nas casas… ou então limitam-se a ser meros aromas, sombras de algo que ali esteve, não se sabe bem quem nem quando…

E os caminhos ficam, mas essas pegadas, tornadas pó, somem-se com o vento, vão, esquecem-se, deixam de fazer parte daquele todo onde se julgaram essenciais um dia… Só elas o recordam, como um precioso tesouro, a prova de que pousaram algures, que tiveram corpo e glória, ainda que por efémeros momentos…