8 de abril de 2009

Desire is a homeostatic system

Escape from one set of circumstances brings confinement in another.
The fated love turns out to be a human fantasy.
Desire is a homeostatic system.
Push it down in one place and it rises in another.


Jeffrey Eugenides (Introduction to My Mistress's Sparrow is Dead)

Deparei-me com estas palavras na introdução de um livro que comecei a ler recentemente…

O autor deixou-me curiosa desde logo pela escolha dos contos para esta doce colectânea - não as histórias de amor bonitinhas que , depois de superadas as adversidades, acabam bem para os heróis, mas aquelas que mais se aproximam da realidade, aquelas que nem sempre nascem da melhor forma, que não são necessariamente cor de rosa, que ganham em complexidade dramática e perdem em floreados romanticos…

E depois encontro esta declaração… Nunca tinha pensado nisto deste prisma, mas acabo de me dar conta de que já o senti… Parece que o tal equilíbrio que - dizem - domina o universo, também se aplica aos sentimentos humanos. O ricochete quando a bola bate na parede, o boomerang, os pratos da balança…

Talvez seja mesmo muitas vezes por aí … é precisamente quando sentimos o impacto e somos projectados para trás por uma relação ou qualquer outra situação que acabamos por encontrar, por contraste, aquilo que nos parece completar… Mas então… será que muitas vezes o amor (ou só o desejo, se o preferirem) é resultado de rejeição?! É porque foi retirado o peso de um dos pratos da balança que o outro assume o seu próprio peso e valor?!

Poderá não ser assim tão linear (nada é puramente linear), mas acredito que uma parte das relações floresça a partir de sentimentos destes… não apenas rejeição duma outra relação, mas uma forma de compensação por qualquer outra coisa…

Hmm, dá que pensar…

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