7 de outubro de 2011

Meia-noite (necessariamente) em Paris


Gosto quando as coisas acontecem assim: seguimos distraidamente para um destino que se espera interessante mas sem demasiada excitação de expectativa e acabamos por encontrar algo muito melhor.

Pôr de lado o trabalho por um serão, aproveitar a véspera de feriado para estar com ele, vontade de regressar a uma sala de cinema, decisão de seguir a sugestão de uma amiga e voltar a dar atenção ao Woody Allen (constato surpreendida que o último que vi foi o Match Point...).

E o destino é Paris numa sala de cinema bem pertinho do mar.

Midnight in Paris é um postal (romântico), a cores e com som*, da Cidade das Luzes. Daqueles que dissipa qualquer tipo de hesitação (se alguma vez a houve) e nos faz declarar decididamente: tenho mesmo de lá ir!

Midnight in Paris é também uma viagem ao passado. Está longe de ser uma estratégia narrativa inédita mas não deixa, por isso, de perder a capacidade de nos surpreender. Meia-noite é hora para a magia acontecer e transformar uma comédia romantica em algo mais. É hora de viajar até ao seio da geração perdida que se reuniu em Paris em torno de Gertrude Stein no início do século passado. É hora de revisitar, numa visita guiada em versão digest, nomes e hábitos que marcaram os movimentos artísticos dessa época.

Sou suspeita, declaradamente suspeita, ou não tivesse eu passado o mês de Setembro a traduzir uma monografia sobre um dos nomes mais sonantes dessa mesma geração perdida. Não tivesse eu lido sobre quase todos os nomes que entretanto apareceram na tela, diante de mim, agora com um rosto. O efeito de reconhecimento é inevitável e fez-me valer o embaraço de apontar entusiasmada para a tela, como quem aponta para o céu quando é surpreendida por um estrela cadente, para identificar alguém que reconhece como se se tratasse de algum velho amigo.
 
Para além disto, Midnight in Paris é, sim, uma comédia romântica simples, com um final feliz uns quantos clichés à mistura. E então? Eu, romântica declarada e inveterada, me confesso. O resto não precisa de ser dito



*Que banda sonora mais adorável!!

3 comentários:

  1. Também gostei bastante. E o Owen está muito bem...

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  2. Este ano as férias grandes foram em... paris! adorei, uma cidade mágica, absolutamente fantásticas quando vamos com alguém que amamos.

    tenho de ver o filme, ai a nostalgia! :)

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  3. Você é tão linda. :-)

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