15 de agosto de 2008

Mal ou bem?!

Não me fazes mal. Fazes de mim um ser mais rico, um ser que convive com o tumulto das emoções, que desespera, que se sente desgarrado e, logo em seguida, sente em si o poder de desbravar o desconhecido, que reúne em si o paradoxo e o turbilhão de ser e não ser, de querer exigir céu e terra... e ao mesmo tempo, uma ânsia de dar tudo, de fazer emergir em jorros potentes e espalhafatosos o poder das emoções que despertaste em mim!

Emoções frágeis e intensas como cristal, brilhantes e raras. Emoções que nunca o ser humano comum poderia imaginar sequer que o âmago do seu ser poderia trazer para a vida. E é precisamente isso que é tão surpreendente e mágico e agradavelmente assustador, que no meio de um quotidiano de pedra que nos gela e faz de nós meros autómatos dirigidos por um mundo predador que nos consome a vida em troca de migalhas de vida, no meio desse ambiente mecanizante, um ser tenha a capacidade de fazer brilhar raios de luz perante um outro ser que se julgava irremediavelmente imerso!!

E são esses raios de luz que iluminam o mundo e deixam transparecer que, afinal, servos do quotidiano são também almas vivas que amam, que estão dispostas a quebrar barreiras, a gritar e a combater para fazer viver esses sentimentos!!

E mesmo que seja em vão, nunca o será, porque faz parte da essência do ser humano sofrer, sorrir, sofrer, ser contrariado, cair, voltar a erguer-se... enfim, crescer...

Não é fazer mal, é simplesmente a inacreditável orgânica do que é ser-se humano. Não é fazer mal, é fazer infinitamente bem, é dares-me a mão e ajudares-me a crescer!

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