18 de novembro de 2009

O erro de (não) errar

«Errar é humano!»
«É com os erros que aprendemos!»
«De certeza que esse já não voltas a repetir!»
...

São tantos os clichés sobre erros em que nos apoiamos todos os dias... sobre como os evitar, como aprender com eles, como os justificar... mas... e o que se quer realmente dizer com eles?

Pergunto-me tantas vezes porque é que um medo tão grande de errar...

Diria - com pouca confiança, contudo - que tem tudo a ver com o vislumbrar do que vem depois. O mal, o problema, o medo não está em cometer o erro, mas sim em tudo aquilo que vem a seu reboque... a queda, o arrependimento, o desespero por corrigir... como se tudo isso fosse imprescindível, como se todos estivessem à espera nos ver levantar e limpar os estilhaços (e, na verdade, são raras as vezes em que nos cobram por isso... tão raras como aquelas em que alguém para além de nós próprios identificou o erro...)

A questão primordial, no entanto, é que, por conta da todas estas inseguranças e frustrações, acabamos por não viver devidamente. Porque o medo do erro paira sobre a nossa cabeça, deixamo-nos ficar para trás, encostamo-nos envergonhados ao fundo da sala, e deixamos a vida acontecer lá à frente, no palco que fomos convidados a pisar como protagonistas e que cobardemente recusámos.

E entretanto, assola-me a questão:

Porque é que errar tem de ser necessariamente um erro?!

Porque é que errar temos tanta dificuldade em assumir que errar é parte do processo?
Porque é que achamos que tem de haver solução e desculpa?
E porque é que pensamos tanto nestas coisas?...

5 comentários:

  1. Pensamos porque nós humanos somos mesmo assim, uns mais que outros é verdade, mas foi a pensar, a cometer erros que muita coisa se achou, se inventou, se conseguiu e quando alguém pensa que não vai errar é certo que erra!

    ResponderEliminar
  2. Errar não é um erro, Anna. Nós é que o vemos como tal, porque nos mostra que não somos tão perfeitos como gostaríamos. No entanto, depois da fase de arrependimento, é óptimo quando conseguimos olhar para trás e dizer "Eu fiz isto, e para uma próxima vez vou pensar bem nisto e tentar não voltar a fazer".
    Um beijinho.

    ResponderEliminar
  3. Eu penso muito nisto, porque gostava de ser perfeita:)mas como não sou, de vez em quando lá dou por mim a fazer asneira e fico chateada, como toda a gente, parece-me.

    O importante é descontrair e só nos preocuparmos com o que não podemos controlar ou se os nossos erros não tiveram solução ou prejudicarem outras pessoas (isso acontece mais frequentemente que o desejável). Caso contrário, devemos tentar emendar as coisas e andar para a frente com mais uma lição aprendida.

    P.S. Porque é que andas tão introspectiva?

    Beijito*

    ResponderEliminar
  4. Nao acho que errar seja necessariamente uma coisa ma. E uma oportunidade para percebermos o que podemos ou nao fazer, se estamos certas em sentir o que sentimos, se estamos a tomar as decisoes certas. Aprender com os erros, isso sim e importante.

    Eu arrependo-me das coisas que deixei por fazer por ter medo de estar errada do que das coisas que errei e aprendi com elas.

    ResponderEliminar