15 de novembro de 2009

Códex vs. e-reader

Pouco menos de um mês de aulas a falar de questões ligadas ao universo editorial e confesso que estou absolutamente surpreendida com o estado das coisas...

Não sei se me intitule de anacronista ou de romântica, mas sinto-me assustada com a revolução digital que se está a instalar... Até há bem pouco tempo, julgava que os e-books seriam uma realidade longínqua e que, mesmo não o sendo, seria apenas um nicho de mercado pouco explorado...

A verdade é que foi entretanto lançada no mercado uma parafernália destes gadgets chamados e-readers...


Kindle (Amazon); Nook (Barnes&Noble)
Cybook  Opus (Booken); E-book Reader (Sony)*

O que é que estamos a fazer ao chamado códex, a forma de livro que conhecemos, usamos e amamos desde sempre?
Quanto a mim, não consigo imaginar-me a restringir a vivência da experiência de um livro sem folhear as suas páginas, sem sentir o cheiro do papel, sem usar eventualmente um lápis para assinalar alguma passagem que me tenha encantado...

Quero acreditar na opinião dos cépticos que continua a afirmar que este novo formato nunca suplantará a versão clássica do livro que, afinal, não sobreviveu por quase 20 séculos por acaso...
Quero acreditar que a maioria de nós consiga olhar para estas novas ferramentas e ver o mesmo que Alan Liu: "os e-books não se comportam como livros, mas como plataformas digitais controversas - e a sua adopção pode provocar distúrbios de atenção entre duas formas (ou mais) de má leitura."**

Seja como for, somos actualmente tão influenciados pelas tendências gerais do mercado global que daqui por uns anos vamos encontrar pessoas sentadas na praia, nos transportes públicos, numa esplanada, com uma coisita parecida com um telemóvel nas mãos em vez de um livro tal como o conhecemos e amamos...



*Apenas alguns exemplos... Há muitos mais...
**Citado do Editorial da LER deste mês

6 comentários:

  1. E pode dobrar-se o cantinho do e-book para marcar a página? eheheh
    Não acredito que tal instrumento venha a acabar com os livros, do mesmo modo que o cinema não acabou com o teatro (receio já manifestado em "O Pai Tirano", pelo grupo de teatro dos funcionários do Grandela), o vídeo e a televisão não acabaram com o cinema e o livro online é um mero objecto de consulta.
    "Penso eu de que".

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  2. Hopefully, caro galináceo, hopefully! *

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  3. Eu também prefiro o papel, sem dúvida.
    Estão a perder-se tantas coisas... Pareço uma velha a falar!
    *

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  4. Eu gostava de ter uma coisinha dessas nas maos (sou um bocado techno geek), so a portabilidade deve ser fabulosa. Em vez de andar com um livro pesado poder andar com uma coisinha leve... hum... e poder ler os meus artigos sem ser no ecra ou tendo de os imprimir =)

    Mas acho que, sinceramente, mesmo tendo uma coisinha destas continuava a comprar livros. Nao considero os leitores de ebooks como um substituo dos livros, mas sim como um complemento para certas ocasioes ;)

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  5. Eu passo o dia em frente ao PC, sou iPhone addict (como sabes), mas não, não trocava o cheirinho do papel, o som de cada folhear de pagina...

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  6. Não há nada como o papel... Dos cheiro dos livros, do barulhinho a virar a página, dos marcadores para não nos esquecermos da página em que vamos...tantas tantas coisas...
    Bjinhos***

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