30 de junho de 2010

Um dia vamos...

virar o mundo ao contrário
falar de tabus à luz do sol
fazer com amor o que outros condenam
defender como certo o que antes julgávamos errado
perceber que os loucos não somos nós
enganar-nos no caminho e encontrar ao fundo o mais belo oásis
subverter a ordem divina e decidir nós próprios o caminho
dar corpo e vida a todas as nossas utopias
esquecer-nos de tudo o resto e ser apenas felizes...

28 de junho de 2010

A educação musical de Anna II

the most beautiful squares i'd ever seen

27 de junho de 2010

Atravessar


O caminho é solitário, mas o destino não. Sozinha, atravesso como tantos outros aquela que personifica a união, em jeito de rebeldia contra essa distância naturalmente imposta.


Pergunto-me o que pensam todos esses rostos que vêem muito para além do que está à sua frente. Pergunto-me o que os esperará do outro lado.

Pergunto-me se eles farão as mesmas perguntas silenciosas sobre mim e o que vou fazer quando captam distraidamente o meu perfil pelo canto do olho… Conseguirão eles ver nos meus traços qual o destino para onde sigo?...

O trânsito pára. Não me surpreende nem me aborrece já… O tempo não é o que mais importa agora…

Deixo os outros rostos e olho lá para baixo.

As correntes desenham aquilo que sonho serem fios condutores de histórias sopradas por ninfas apaixonadas que assim decidem a linha da vida dos mortais que não desconfiam sequer da sua existência, quanto mais do seu poder sobre nós.

Sonho que nessas linhas instáveis e livres se desenha também o meu caminho. Sonho que algures no percurso já está desenhada esta paragem na ponte, no limbo, e que, mais à frente, depois de muitos entrecruzamentos, muitos desejos, muitas fugas, o desfecho também já lá está.

Sonho que por serem amantes do amor, também elas se decidam por fazer aportar essas linhas aparentemente sem rumo certo em portos pacíficos e abrigados da tempestade, onde possam enfim entrelaçar-se em nós perfeitos e certos.

O trânsito retoma o seu andamento. Os olhares retornam à consciência e seguem caminho… Mais à frente, o porto para as suas linhas espera-os...


sonhado a 09 de Junho de 2010

25 de junho de 2010

Just wondering

Não sei o que me perturba mais:
o facto de amok estar registado com 'q'
ou
a palavra do dia no Priberam ser esfíncter
...

24 de junho de 2010

Uma espécie de supernova

Não nasce de outra coisa, não foi regado nem alimentado para crescer.
É uma espécie de supernova que, inesperadamente, irrompe no céu, invocando forças que ninguém sabe bem de onde vêm, e faz-se notar, bela, cheia de vida, cheia de brilho.

Tão intensa que custa olhar directamente para ela.
Tão luminosa que a sua aura emana e propaga-se pela escuridão.
Inacreditavelmente audaz, assume-se segura num céu que já é de outros, num céu que parece estar já suficientemente pontuado de luz.
E, no entanto, este mesmo céu nunca mais será o mesmo sem o seu brilho...


~ we're reaching out for the stars ~

23 de junho de 2010

Oh alegria...

Ficar sem electricidade e saber que o trabalho está preso dentro do computador... à espera de ser feito... e nós a olhar uns para os outros...

E depois ainda perguntam porque não gosto desta terra...
Nem na minha província há falhas de energia como as há aqui...

20 de junho de 2010

As perguntas dele...

Sozinhos em casa, eu e o Coelhito sentados a lanchar...

- O avô já é velhote, tia?
- Er… sim, um bocadinho velhote. Porquê, bebé?
Pausa.
- As pessoas só morrem quando já são muito muito muito velhotas, não é?
O quê? O que se responde a isto?!! O que quer ele dizer?
- Sim, bebé! Só quando já são muito muito muito velhotas.
Outra pausa.
- E não voltam a nascer, tia?
Humpf… E agora?! Diz-se o que se pensa? Diz-se o melhor para os sossegar? Como se responde?!! Socorro!
- Não sei, bebé... Mas porque estás tu a perguntar isso?
- Oh, estava a pensar, só…

~ ~ ~

E a conversa ficou por ali, mas fiquei a pensar! Aos quatro anos começam estas perguntas, assim vindas do nada, sem qualquer preparação prévia?!
E se eles estão preparados para perguntar, significa que estão igualmente preparados para que se lhes responda? O que dizer?! Aquilo em que se acredita? Aquilo que é correcto? Como se gerem estas coisas?

Ufff…


Imagem:
Pormenor da contracapa deste livro.
O livro que ele esteve a folhear há pouco...

19 de junho de 2010

A educação musical de Anna I

Pode ser! Decidi adoptar esta hoje!




18 de junho de 2010

Àqueles que nos aturam

- à A. –


Diria que é no mínimo insólito partilhar a sala de trabalho com duas pessoas completamente afectadas por distúrbios hormonais ou afins – uma porque está grávida, a outra porque está louca* – ambas a choramingar alternadamente ao longo de toda a tarde!

Só tomei consciência da situação umas horas mais tarde, ao pensar no assunto, mas não pude deixar de sorrir ao imaginar os teus pensamentos, entre os quais o já comum «Ainda bem que vou de férias».

Louvo-te a paciência, minha querida! E agradeço-te por ela!


*ambos os estados são temporários, felizmente!

13 de junho de 2010

Morrer na praia

Depois de um fim de semana em luta contra a minha falta de paciência, vontade e concentração para fazer mais este trabalhinho para a PG, pois que se espremeu, espremeu e.... parou-se na conclusão...

Neste momento, estou absolutamente incapaz de produzir, reler, sintetizar, concluir o que quer que seja... Chega! Consumi o que havia (?) de intelectualmente útil e aproveitável e já não dá para mais!

A foto do dia para o bloguezito ali do lado era para ter sido esta, já que foi o que realmente dominou o meu olhar hoje... papéis, rascunhos, artigos de referência, PC... enfim, o caos contextual do costume, para os que já me conhecem...

Então, com licença, vou ali 'morrer', não na praia, mas na almofada, na esperança de que amanhã, quando acordar, esteja de novo minimamente decente e produtiva...

Fim-de-semana?! Esqueceram-se dele esta semana, não foi?...

12 de junho de 2010

Tempestades

As tempestades abalam realmente tudo por onde passam.
Não se prevêem, não se antecipam.
Deixam um rasto absolutamente irreversível.
Constrói-se sobre os destroços, mas por baixo,
continuam as cicatrizes da revolução que aconteceu.
Limitamo-nos a mascarar, uma vez mais,
aquilo que já não suportamos ver.

As tempestades dentro de nós são assim mesmo.
Inesperadas, violentas, irreversíveis.
Sobrevive-se, mas nunca mais se é o mesmo...

11 de junho de 2010

...

E se for mesmo isto
e eu tiver de deixar passar
e ficar apenas a ver?

10 de junho de 2010

Ilusão óptica

Ser pleno? O que é isso afinal?

Sentir que se tem uma vida preenchida, que o calor das relações nos sustém e nos guarda, como uma estufa onde crescem e vivem no auge do seu viço as plantas mais frágeis e mais belas.

Sentir que falta pouco para ser feliz, que o essencial está ali, à mão, à distância de um toque. Caminhar com um sorriso. Ou mesmo com um olhar triste, porque se sabe que, assim mesmo, num inexplicável movimento de magia, a sinergia de que a tua existência se faz valer consegue compensar, voltar a preencher, o hiato que possa ter sido criado por essa tristeza, ou por qualquer outro inadvertido passo em falso.

Julgar que é assim, que é isto o que há para aspirar. Que o teu copo está cheio, que mais do que isto apenas o faria transbordar.

~~~~~~

A dada altura percebes que a sensação de completude era mera ilusão óptica. A perspectiva muda, como quem vira uma clepsidra ao contrário e descobre que há espaço ainda a preencher, percebe que há vivências, sensações, que fazem, afinal, muita falta. Percebes que há muito mais, que aspiras a mais.

Já não te chega apenas aquela redoma que te guarda a ti e aos nutrientes de que precisas para sobreviver. Porque mais do que sobreviver, queres viver, sentir, ser arrebatado da linearidade do teu caminho por uma rajada de vento, apanhado de surpresa por uma vaga de chuva fria que te queime a pele.

Crescer, percorrer outras estradas…

E esse copo nunca está totalmente cheio. Num acesso de sadismo, os deuses decidiram um dia que a linha de água no teu copo nunca há-de chegar ao topo, que da mesma forma que ao aproximares-te da base do arco-íris, ela parece fugir para mais longe, também a linha do teu copo sobe um pouco mais de cada vez que te aproximas do seu limite.

~~~~~~




 
Para o desafio de Junho,
com o tema Estava vazio...

9 de junho de 2010

(Auto-)constatação

A desordem quase anárquica que impera no meu iPod não é o resultado de ecletismo (ou esquizofrenia) musical, mas sim da minha incapacidade prática e da falta de paciência para organizar o iTunes como uma pessoa normal…
:$


6 de junho de 2010

Santini

Depois do inesquecível gelado de rosas do Jacinto,
encontrei hoje o meu número 2!
Provei hoje o mais sublime gelado de canela!!!
No Santini!




(Pois é, vivi até aos 26 sem conhecer o Santini... lacuna oficialmente colmatada!)

Sex and the City 2

Ontem foi dia de regresso às salas de cinema.
Com a Cérise e o Racker, esperei pacientemente pela sessão das 00.30, aquela que ainda tinha lugares vagos, para rever as quatro famosas heroínas nova iorquinas.

Para quem gosta do humor típico da série, sim, mantém-se a nota positiva em termos da boa disposição, das piadas witty, do cómico de situação recorrente ao longo de todo o filme.
Mantém-se igualmente o registo da exploração da temática das relações em geral e, nestas, dos pontos passíveis de crise. 
Quanto a tudo o resto, admito que ficou aquém das minhas expectativas... ou melhor, não me surpreendeu (nem sei bem que expectativas tinha quanto a isto)... Não tinha a mínima ideia do que mais se poderia desenvolver a partir do argumento e acho que essa é a sensação da maioria. Diria que acabou por sair o que poderia ser apenas e só mais um episódio da série.

De resto, confesso que o guarda-roupa (pelo qual tinha, sim, algumas expectativas) não me fascinou particularmente - continuo a preferir o do filme anterior.

A notar ainda que, apesar de estranho - tal como também o notaram a Cérise e o Racker - gosto muito de ver estas amigas com um visual mais maduro, a envelhecer juntamente com o argumento que as fez nascer.

2 de junho de 2010

Da solidão

Percebi hoje que o problema
não será tanto o estar sozinho
no meio de outros,
mas mais o caminhar sozinho,
o não ter ninguém à nossa espera...

Just wondering...