O encanto está na capa, de Benjamin Lacombe, um ilustrador jovem, mas com um portfólio sublime.*
O encanto está na história, muito na história!
A prova de que não são precisos floreados nem reflexões imperceptíveis para criar uma obra.
Basta simplicidade, criatividade e um coração que só pode ser bonito.
No caso de Mathias Malzieu, o resultado aqui foi um livro que é uma grande metáfora de um sentimento (O Sentimento) disfarçada com roupagens de ficção.
O coração de Jack, alegadamente mecânico, tem uma prótese-relógio altamente susceptível a emoções fortes. Assim mesmo, a apesar de todos os avisos, Jack corre atrás do seu amor, do seu sonho, ciente de que isso poderá ser-lhe fatal, mas sem lhe conseguir resistir. (Mais não convém contar, certo?)
Só penso numa coisa: encontrá-la de novo.
Saborear mais uma vez, o mais depressa possível,
a mesma sensação inefável.**
Posso magoar-me, e depois?
É uma questão de me consertarem mais vezes o coração.
Desde que nasci que não fazem outra coisa.
Estou em risco de vida? Talvez, mas também arrisco
a vida se não voltar a vê-la
e na minha idade isso ainda é mais grave.
O encanto está na música também. O seu autor, com a banda desenvolveu um trabalho paralelo (não sei se anterior, posterior ou simultâneo, mas não importa) no plano musical, que acaba por servir de banda sonora ao livro.
Agora o difícil vai ser escolher um sucessor à altura para ter à cabeceira nos próximos dias...
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*Agora a desenvolver um trabalho inspirado na
Alice do País das Maravilhas! A espreitar!!
** Suspiro assim que termino de transcrever esta frase.
Não era suposto, mas oiço uma voz
a dizê-lo ao meu ouvido...
gostei imenso do que escreveste, não conhecia, e visitei o portfólio do ilustrador, adoro desenho, simplesmente adorei!
ResponderEliminarbjinho
Pelo que pude ver no teu blog, gostas mesmo de desenho! Assim como de fotografia, não?!
ResponderEliminarLê o livro! Lê-se de um fôlego e tenho a certeza de que gostarás! :)
Beijinho
Eu não te disse? E lê-se num abrir e fechar de olhos, de tal forma que ficamos viciados na história! beijocas
ResponderEliminarjá estava com um olho no livro mas agora depois desta breve sinopse mais ainda. Estas palavras lembram-me um belo filme que vi, asiático - poucos descrevem tão bem os sentimentos -, simples mas intenso, sobre uma rapariga a quem as emoções mais fortes como o amor poderiam ser prejudiciais para a sua saúde, levando-nos a questionar sobre o que é realmente mais importante, uma breve vida embora cheia de emoções ou uma vida longa num casulo que nos resguarde de emoções, daquelas que tantas vezes nos causam dores profundas.
ResponderEliminarMiguel:
ResponderEliminarE que filme é esse que não conheço e fiquei curiosa?
Essa questão que tanto o livro como o filme de que falas levanta é, neste momento, uma dúvida essencial em mim. Como decidir? A vida é tão breve? Vivê-la de forma comedida para a preservar? Mas nem isso é garantido. Amanhã podes simplesmente já não ser... E então, qual a alternativa? Não será melhor viver, viver intensamente, enquanto temos oportunidade para isso?...
Devorei o livro num instantinho ! Sugiro.te que leias Tudoconta de Toni Jordan. Vale a pena. :)
ResponderEliminarNita:
ResponderEliminarToni Jordan? Hmmm, não conheço nada dela... Vou investigar! Obrigada pela dica!
Beijinho*