30 de setembro de 2010

Hoje...

...a tua música fez-me sorrir.

Trouxe-me um sorriso inesperado. Não o chamei. Não o pedi. E por isso mesmo soube tão bem.

Tantas vezes pensamos que é o silêncio que nos protege. Tantas vezes nos enganamos. E hoje, por entre o silêncio que não é mais do que uma cortina, bastou carregar no play para me sentir em casa, no abraço aconchegado de um lugar que é só para mim...


Foi a Supernova... 
a mimada... 

28 de setembro de 2010

Água?

Ouvi dizer hoje que devemos beber em média 2 litros de água por dia...
Depois do susto que apanhei há duas semanas, resolvi ficar mais atenta aos meus hábitos...
Devo beber pouco mais de meio litro por dia... isso é capaz de explicar muita coisa...

Just wandering...

26 de setembro de 2010

Sombra da luz


Chovem gotas de luz por entre a folhagem.
Plantam filigranas no verde das ervas.
Saltitam sobre as pálpebras e despertam-me do sonho.
Que querem?
Esperam que enfim abra a cortina do sono
para me sussurrarem com um sorriso:

A sombra é um desperdício de luz.
Deixa-a para a noite!
Vem!

~ Wasted daylight - Stars ~

20 de setembro de 2010

A educação musical de Anna IX

  
Com as competências autodidactas da pupila ainda muito pouco desenvolvidas e o corpo docente em greve, a educação musical de Anna tem estado em fase de quase hibernação...

Even so, parece que até os sonhos dão uma mãozinha para despertar: sonhei com um álbum dos Interpol há uns dias atrás... não percebi qual era... disseram-me que valia a pena 'espreitar' o novo...

It looks like you'll summer well



[Interpol ~ Summer well]


19 de setembro de 2010

Casting para namorado - versão pour lui

  
Depois de ter encontrado aqui este fabuloso elenco de categorias eliminatórias para a eleição duma namorada, não resisti!
Impõe-se uma versão adaptada ao sexo masculino!
(Muito embora se mantenham inalterados alguns dos pontos, perfeitamente aplicáveis a ambos os sexos!!)

Então, leiam-se as categorias, sem qualquer ordem hierárquica!
  1. Gostar de teatro inglês do XVIII (Estrelinha extra para quem conhecer Sheridan!)
  2. Saber engomar e dobrar meias (ou comparticipar empregada)
  3. Achar piada a trazer para casa flores bonitas para decorar as jarras igualmente bonitas
  4. Não fumar (ipsis verbis)
  5. Não se importar de arrumar o quarto antes de sair de casa
  6. Gostar de lavar o carro da namorada
  7. Não ter medo de ir ao comprar tampões ao supermercado
  8. Ter uma mãe que não é insuportável
  9. Ser fértil (ipsis verbis)
  10. Ser independente e ter uma boa fonte de rendimentos própria (ipsis verbis)
  11. Ter gosto por investimentos em glamour como a colecção de sapatos da namorada
  12. Ser romântico e gostar de preparar surpresas como cozinhar o jantar todos os dias (oh, tão religiosamente aplicável, esta!!!)
  13. Gostar dos prazeres simples da vida como andar de mão dada ou fazer sexo oral (er... idem!)
  14. Ser sportinguista
  15. Ser honesto e verdadeiro (ipsis verbis)
  16. Não fazer perguntas inconvenientes como "mas compraste três vestidos no mesmo dia?"
  17. Não vegetar a horas a fio a jogar playstation 3
  18. Não reconhecer com um sorriso os nomes Photus, Elefante Branco e quejandos
  19. Ter espírito de liderança, capacidade de trabalho em equipa, organização, com conhecimentos na óptica do utilizador em ambiente Black & Decker (para a bricolage), Robbialac (para as decorações), Bosch (para o jardim) e Seat (para o carro da namorada, como é evidente)
  20. Não julgar as pessoas pelas aparências a ver mais do que o próprio
~~~~

E para não ser acusada de apropriação intelectual indevida (nem de louca), os créditos do modelo vão para

A educação musical de Anna VIII

...by saying nothing...

17 de setembro de 2010

Pensamento do dia

All quiet on the Western Front *

Óptimo, óptimo...
À excepção do meu PC que está com dificuldades em readaptar-se à rotina normal, depois de quatro meses de licença, tudo sossegado...
Voltou tudo à normalidade...

Eu quero é fazer o meu trabalho descansada e ter paz...


* ainda a respeito do post anterior.

15 de setembro de 2010

Óptimo dia para me saltar a tampa

Para quem passa por cá e se lembra disto,
parece que amanhã é o dia do meu regresso à minha secretária...

Acabo de pedir com bons modos para que a menina retire as coisas da sua secretária para que eu possa fazer a mudança hoje ao final do dia...
Resposta:

«Hmm, por acaso estava a pensar em ficar ali. Não podes ir para outro lado?»

LOOOOL
E se eu perder o pouco civismo que ainda me resta?!

«Não, por acaso faço questão de regressar à minha secretária!»

Grunhiu e virou-me as costas...

Isto vai correr bem....

11 de setembro de 2010

Case Study - As Urgências

Urgências de um hospital.
Território nunca antes explorado por mim.
Basta dar entrada suficientemente consciente para observar e identificar uma série de personagens e sketches absolutamente típicos.

A enfermeira porreira
«Vamos fazer um sorinho, está bem?»
«Jovem [para senhora de 80 anos], vamos fazer análises?»

Duelo de doenças
Combate verbal duro entre as senhoras de pulseirinhas verdes (as de menor gravidade), que envolve número de doenças, operações a que foram submetidas, médicos especialistas que conhecem... como se estivessem em competição para o livro do Guiness.

Os parentescos
«A sua cara não me é estranha!»
Senhora que jura «conhecer de qualquer lado» toda e qualquer paciente que entre na sala.

A diabética suicida
«Oh senhora enfermeira, não como desde manhãzinha. Não me arranja umas bolachinhas?»
«Bolachinhas? Com nível de glicose a 300?!»

Amor-ódio ao médico
Senhora com expressão enraivecida:
«Os médicos devem estar a refestelar-se com o almoço e a sobremesa! [são 10.30 da manhã] E eu aqui sem ser vista!»
«Senhora enfermeira, onde estão os médicos afinal?!!»
«Já tinha tido tempo de morrer e de me fazerem o funeral, ao tempo que estou à espera!»
Chega o médico.
«Então dona X, de que se queixa?»
A expressão enraivecida transforma-se instantaneamente num olhar dócil e obediente...

A acompanhante histérica
Acompanhante preocupada com a mãe dirige-se à enfermeira:
«O que é que minha mãe tem?»
«A sua mãe vai fazer exames. Até lá, fai ficar aqui sob observação!»
«Mas que exames? Eu quero saber! Porque é que não me diz nada!»
«Minha senhora, já lhe disse tudo o que sei. Agora tem de aguardar!»
«Como assim não sabe?!! Então quem é que sabe?!»
«Já falou com o médico?»
«O médico? Ah... Então e... eu posso falar com ele?»

O exame oculto
Médica pede análises, RX abdominal e ecografia.
Análises.
Meia hora depois, ecografia.
Quase duas horas depois, avaliação médica:
«Então e onde está o RX?»
«Mas que RX?»
«Então ninguém a levou a fazer RX?»
«Er... não...»
Mais meia hora para RX.
Mais outra meia hora para nova avaliação.

A médica info-excluída
Médica residente vem substituir médica das urgências em horário de almoço.
Ritmo de passeio.
Desconhecimento absoluto de como funciona o sistema informático do hospital.
Vai dando risadas envergonhadas enquanto tenta aceder ao sistema.
Enquanto preenche a prescrição, olha para a paciente e diz:
«Isto não é incompetência profissional. É só falta de jeito com computadores. Não se assuste!»
Hmmm, vou tentar...

...

Não sei bem porquê, mas aquelas urgências pareceram-me estranhamente parecidas com um centro de saúde normal... Será mesmo assim?... Bom, não tenciono regressar para fazer contraprova...

8 de setembro de 2010

Queridos desenvolvedores…

…de aplicações de tradução de software,


seria pedir muito que evitassem usar um tipo de letra liliputiano nas vossas aplicações? Ou pelo menos que adicionassem também a opção de aumentar o tamanho da letra às vossas fabulosas e utilíssimas criações?...

Os olhos aqui da tradutora agradecem de todo o coração!

Atenciosamente,

7 de setembro de 2010

Palavras (in)existentes* I



Se na língua inglesa se  adjectivam verbos,
verbalizam nomes e substantivam adjectivos,
porque é que eu não posso fazer o mesmo?!! 


* novélico *

1. adj. próprio de quem tende a fazer de tudo uma grande novela
2. quase o.m.q. dramático, mas para ser levado menos a sério




* Não totalmente inexistentes porque quem me conhece sabe que
elas são efectivamente usadas.
Mania dos neologismos!

6 de setembro de 2010

Assimilar e admitir

Suponho que seja inconsciente, mas diria que todos assumimos o cliché de achar que nunca nos acontece a nós nem aos nossos

Eu assumo-o com toda a honestidade e por isso mesmo tenho uma dificuldade imensa de assimilação quando o cliché é descaradamente desmentido pela realidade…

Ela é a mais dura de todas as irmãs, a mais resistente, a que menos verga perante questões emocionais. Talvez por isso mesmo nunca tenha havido uma grande proximidade entre nós.

E foi a ela que aconteceu. Está a acontecer.

E eu nem consigo acreditar, quanto mais assumir.

O espírito é desdramatizar, acreditar que vai correr tudo bem… é assim que a família tem agido, pelo menos à luz do dia, porque dentro de nós a inquietação aumenta a cada minuto, a cada novo tratamento…

Não a tenho visto. Tudo normal, se tudo estivesse normal. Vemo-nos pouco, e isso não é de estranhar, pela distância. Mas não está tudo normal…

Ela diz que está bem, que está a reagir bem aos tratamentos e que se sente apenas um bocadinho entediada por estar de baixa. Não seria de esperar outra atitude da parte dela...

Mas como lidar com este medo, com o impasse de ver como evoluem as coisas, de saber que, mesmo que acabe tudo bem (e vai acabar tudo bem!), que ela vai ter de passar por tudo, por todos os efeitos colaterais, por todo o processo?...

Estou assustada, admito…

5 de setembro de 2010

Os livros que devoraram o meu pai



Sobre as memórias:

As nossas memórias nunca são verdadeiras ou absolutamente verdadeiras, são apenas uma interpretação. Existem outras, e ao longo dos anos vamos vendo o passado com uma luz diferente. As nossas memórias vão sendo vistas de diferentes perspectivas, conforme aquilo que aprendemos e conforme aquilo que sentimos no instante em que as relembramos.

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Raskolnikov, protagonista foragido de Crime e Castigo e refugiado algures em Fahrenheit 451, em busca de paz e de libertação da sua culpa, fala assim para Elias Bonfim, também ele foragido da realidade, perdido algures num dos livros da estante do sótão da avó...




Pergunto-me quantos mais romances de autores portugueses andarão por aí sem que uma editora lhes dê a oportunidade de serem publicados e promovidos...

Li algures que o argumento - pelo menos um dos seus planos - peca por alguma brusquidão... Contudo, não foi isso que ficou na minha impressão: agradou-me e muito o predomínio declarado do intertexto (estratégia pela qual nutro um enorme carinho), do invocar de livros, autores, personagens, de os reunir e de os dinamizar. Agradou-me a viagem literária, por estes "universos paralelos" "encostados uns aos outros numa prateleira". Sim, aqui a expressão entrar no livro passa a ser literal.

Lê-se de um fôlego (mas sem ter de suster a respiração!) com um sorriso no rosto. E fecha-se os olhos e sonha-se com os mundos dos livros por onde Elias se passeia...

3 de setembro de 2010

Não, não era só a capa!

O encanto está na capa, de Benjamin Lacombe, um ilustrador jovem, mas com um portfólio sublime.*


O encanto está na história, muito na história!
A prova de que não são precisos floreados nem reflexões imperceptíveis para criar uma obra.
Basta simplicidade, criatividade e um coração que só pode ser bonito.
No caso de Mathias Malzieu, o resultado aqui foi um livro que é uma grande metáfora de um sentimento (O Sentimento) disfarçada com roupagens de ficção.
O coração de Jack, alegadamente mecânico, tem uma prótese-relógio altamente susceptível a emoções fortes. Assim mesmo, a apesar de todos os avisos, Jack corre atrás do seu amor, do seu sonho, ciente de que isso poderá ser-lhe fatal, mas sem lhe conseguir resistir. (Mais não convém contar, certo?)

Só penso numa coisa: encontrá-la de novo.
Saborear mais uma vez, o mais depressa possível,
a mesma sensação inefável.**
Posso magoar-me, e depois? 
É uma questão de me consertarem mais vezes o coração.
Desde que nasci que não fazem outra coisa.
Estou em risco de vida? Talvez, mas também arrisco
a vida se não voltar a vê-la
e na minha idade isso ainda é mais grave.



O encanto está na música também. O seu autor, com a banda desenvolveu um trabalho paralelo (não sei se anterior, posterior ou simultâneo, mas não importa) no plano musical, que acaba por servir de banda sonora ao livro.




Agora o difícil vai ser escolher um sucessor à altura para ter à cabeceira nos próximos dias...

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*Agora a desenvolver um trabalho inspirado na
Alice do País das Maravilhas! A espreitar!!

** Suspiro assim que termino de transcrever esta frase.
Não era suposto, mas oiço uma voz
a dizê-lo ao meu ouvido...