6 de agosto de 2010

Impulso

Maior, muito maior do que nós.

Um apelo irresistível que vem do lugar mais profundo de ti e que passa pela Razão à velocidade da luz, sem abrandar, sem se deixar ver com nitidez.

Não o vemos acontecer. Quando damos por nós, estamos embrenhados numa espiral semi-translúcida que te deixa entrever apenas pormenores desfocados do que se passa lá fora, naquela calmaria de onde viemos, afinal, mas que não reconhecemos como nossa já.

O caminho é ascendente.
A velocidade vertiginosa.

Como a uma abelha, o que nos atrai é a luz, aquele brilho incandescente, enfeitiçante, belo, mas também traiçoeiro, que nos pode queimar se não travarmos a tempo, mas que é tão sublime que queremos desesperadamente tocar-lhe.

A frio, saberias onde parar, mas assim envoltos no ritmo desta espiral, ondulante e tão natural que parece vir de dentro de ti, não há distâncias de segurança, apenas sentir. E querer.



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Como
 é que se descreve
o que não é de descrever?

2 comentários:

  1. É quase como um suicidio anunciado. Graças a Deus que temos a razão e não apenas o coração.

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  2. Olá ANNA

    Através da matemática, designadamente através da operação de divisão, aprendemos uma mnemónica excelente para resolver problemas que nos afligem (Emoção!):

    Pegue-se no problema e decomponha-se (divida-se) em vários pequenos problemas (Razão) para que se possam resolver uma-a-um, até obter a solução.

    Ilusão: era bom que assim fosse...

    Sendo capaz de ter arranjado a noção de

    Razão
    Emoção
    Intuição
    Imaginação
    Dilema

    Temos avançado em muitas áreas, sobretudo, a de nos envolvermos e criarmos problemas para responder a um desafio que alegre o nosso quotidiano: procurar problemas bem elaborados para que a resposta surja.

    É muito difícil escrever sobre o (In)descritível...
    Bem, se os pintores são capazes de desenhar e/ou pintar emoções -- Pintando! --
    o exercício da escrita é interminável, inesgotável...

    É óbvio que eu também não tenho resposta para a questão que levantas... Mas gostaria que entendesses que gostaria imenso que este comentário te alegrasse...

    Solução limitada e provisória: certas emoções deverão ser primeiro vividas e, posteriormente, trabalhadas, submetidas a um teste rigoroso de razão (Não de stress)

    Bjs

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