30 de julho de 2010

A ti, Tempo

Espera

Horas, horas sem fim,
pesadas, fundas,
esperarei por ti
até que todas as coisas sejam mudas.

Até que uma pedra irrompa
e floresça.
Até que um pássaro me saia da garganta
e no silêncio desapareça.

Eugénio de Andrade
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Na convergência dos interesses de duas pessoas, chega até mim este pequeno poema...

Para ti, Tempo, que às vezes me apetece odiar.
Para ti, que me apetece ser tua dona e fazer-te ceder aos meus caprichos, fazer-te avançar veloz como o fluir do vento do deserto e até chegar àquele desfecho desejado. Depois, como quem pára uma sequência de vídeo, fazer-te parar para que possa aproveitar cada instante que me for dado a viver.
Deixa para o Espaço a distância, esse traço que queres fazer só teu.
Horas, dias, meses... todos teus, Tempo. Partilha-os e nós faremos deles novas histórias...

1 comentário:

  1. Anna, tu sabes o que este poema significa para mim,
    que tive o prazer de conhecer este senhor pessoalmente,
    que lhe recitei este poema em alemão
    e que ele me pediu gentilmente para o repetir, pois tinha gostado de ouvir...
    São momentos como este que se guardam, não na nossa "memória fotográfica", mas sim no coração...

    Um grande beijinho e obrigada por partilhares, significa que de alguma forma também te "tocou" ;)

    A.

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