22 de agosto de 2011

Pedir chuva

«Estás a pedir chuva!»
Bem que nos avisam e bem que insistimos teimosamente.

Cuidado com os teus desejos. Eventualmente acabam por ser-te concedidos. Em doses pouco saudáveis e difíceis de gerir, algumas vezes.

O sabor de uma chuva fresca numa noite de Verão pode ser refrescante, revigorante. O efeito imediato é extraordinário. Queremos mais. Dizemos que sim, que é mesmo daquilo que precisamos. Deixamo-nos ficar até que a roupa se nos cole à pele. Dançamos com ela noite dentro, até porque , afinal, pedimos a sua companhia e agora que a temos queremos tirar todo o partido dela.

Já pedi chuva algumas vezes, achei que recebê-la era uma bênção … e acabei por apanhar sempre daquelas gripes que se arrastam por semanas e mesmo meses....

Erro.

O truque não está em pedir chuva, chamar por ela. Como qualquer fenómeno da Natureza, é livre, não é suposto ser controlada ou controlável. Ela há-de chegar quando entender. E recebê-la assim, que vem ao nosso encontro pelo próprio pé, é tão melhor e tão mais natural! E, como ela, também nós somos livres de ir ao seu encontro ou de então optar por nos protegermos e limitar-nos a admirar à distância os seus passos de dança...

Assim sendo, caro Mayer Hawthorne,
deixo-te com os teus pedidos.
Quanto a mim,
quero antes receber a chuva de braços abertos
quando ela quiser vir ao meu encontro. :)

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