Faz hoje um ano que te conheci...
Precisamente um ano que irrompeste inesperadamente pelo restaurante e me salvaste daquele jantar que se afigurava estranho e pesado.
Não sei como me meto nestas coisas, mas naquela noite dei por mim num jantar a quatro que não fazia o mínimo sentido. De onde só queria fugir.
E então tu apareceste.
Inesperado, divertido, espontâneo!
Nada do que pudesse imaginar!
Chegaste com a tua boa disposição e as tuas histórias e fizeste daquele jantar um agradável e leve momento de convívio!
Foste o quinto a aparecer, mas depressa vimos que o elemento a mais não eras tu...
Foi o princípio de uma história que teve tanto de intensa como de fugaz.
Entraste na minha vida como a tábua de salvação que eu desesperava por encontrar. E de tanto querer acreditar, acabei por te criar à minha maneira, sem perceber que não era tudo como julgava ver...
Saíste da minha vida tal como entraste: sem explicações, sem avisos, sem antes nem depois...
E hoje olho para aquele jantar caricato no
Casanova do dia depois do Natal e vejo que me enganei, que a minha tábua de salvação não entrou de rompante no restaurante, mas estava, sim, sentada à minha frente...
Foi essa outra pessoa que me abraçou e me ouviu chorar desesperada quando percebi que tinhas desaparecido da minha vida. Foi essa pessoa que compreendeu e não me censurou...
Passou um ano entretanto.
As decisões tomadas não se anulam.
O tempo vivido não se apaga.
Mas talvez...
Mas talvez os desencontros se reencontrem...