Saudades...

Passaram entretanto quatro anos…
Estarias connosco a festejar o teu trigésimo aniversário hoje…

As coisas acabam por regressar todas ao seu lugar, depois da tempestade… depois do choque… Voltou tudo a um certo equilíbrio harmonioso… convencemo-nos todos de que está bem assim… e está, na realidade… mas…

Mas como seria tudo se ainda estivesses connosco?
Como seria se esse momento de crueldade absolutamente incompreensível não te tivesse levado?!

Suponho que eu nem deveria ser uma das pessoas que mais sentem a tua ausência… mas a verdade é que o sinto… não sei explicar porquê, nem preciso de o fazer…

Mas recordo com muito carinho, saudades e um sorriso terno as tuas brincadeiras, as tuas maluquices, a forma como me tiravas do sério às vezes, o olhar babado da nossa família por estares entre nós… enfim… a tua presença e o teu carisma…

Tu faltaste, e contigo foi-se o elo de ligação que havia entre um grupo de amigos que nunca mais foi a mesma coisa… hoje somos meros conhecidos, mas contigo por cá, seríamos muito mais do que isso…

Não faz sentido porque é que fomos obrigados a ser privados da tua presença… não há uma lógica por detrás do facto de teres sido roubado à vida… apenas uma lógica pervertida e irracional de uma qualquer entidade superior cruel que assim o determinou, sem considerar por momentos sequer a dor que ficaria a pairar sobre a nossa existência…

Só porque tenho saudades, V.!
E porque acho que merecias estar cá connosco…