Já perdi a conta aos comentários que fiz sobre a feira do livro por aí…
Curiosamente, no meu blog, ainda não tinha caído um post sobre o assunto…
Esta quarta-feira lá rumei eu ao Parque Eduardo VII, para cumprir a encantadora tradição de percorrer as barraquinhas de livros com o Mário, como sempre… Inconscientemente, fizemos disto um ritual… Não se criam muitas oportunidades para estarmos juntos, portanto é sempre um momento especial… Como já conhecemos bastante bem os gostos e interesses literários um do outro, acaba por ser sempre uma tarde de sorrisos cúmplices, de comentários e discussões, de brincar com os "guilty pleasures" um do outro… Tudo aliado à doce nostalgia dos tempos que passámos juntos na faculdade… Este ano não foi diferente…
O tempo bem que prometeu uma tempestade, mas não teve coragem de nos estragar a tarde. Deixou-se estar quieto a ver tudo e só se lembrou de que estava para chover quando, já passava das 21.30, nos lembrámos de nos gabar pela sorte e clemência da chuva para connosco… e nesse preciso momento, pequenas e tímidas gotas de chuva marcaram os nossos rostos…
Quanto à feira propriamente dita, não muito diferente do habitual. A opinião comum foi a de que os preços eram altos… sim, também me pareceu… reflexo da conjuntura? Talvez…
Seja como for… na feira, o que brilha é a coerência do espaço. É encontrar tudo o que se procura e o que já nem nos lembrávamos que queríamos encontrar! É reencontrar nomes já escondidos no fundo da gaveta da nossa memória! É viajar por outros tempos nas bancadinhas dos alfarrabistas! É reconhecer a tendência literária portuguesa actual pelos destaques nas bancadas dos ditos líder de mercado…
Tudo isto sob o céu de Lisboa, ao fundo o rio, à volta o parque, os melros atrevidos e confiantes, as árvores que relutantemente cedem a sua sombra… um caminho que desce em perspectiva em direcção ao rio… e avistamos toda a linha até ao fundo… como se pudéssemos fechar os olhos e, num ápice, voar até lá abaixo… e tudo isto aconchegado pela aura da literatura… Que bom…
Vieram comigo para casa apenas dois pequenos tímidos, mas fortes:
O Declínio da Mentira, de Oscar Wilde, o meu autor "fetiche" (Vega)
Esta Cidade!, de Irene Lisboa, a minha conterrânea (Presença)
Esta Cidade!, de Irene Lisboa, a minha conterrânea (Presença)
Realmente temos um ritual bastante parecido, ir à feira com uma pessoa da qual gostamos muito e que não temos oportunidade de ver muitas vezes =)
ResponderEliminarA feira também tem um cantinho especial no meu coração, mesmo que este ano os preços não estejam tão simpáticos. Em 2010 tenho de vir a Lisboa nesta altura, não posso deixar de ir à Feira ;)