Hoje, depois de tratar do status update do Goodreads,
colocando assim o terceiro livro da trilogia das Sombras de Grey à frente dos
outros três que estão pendentes (J. K. Rowling, Calvino e Vila-Matas), dou por
mim a pensar por que raio é que me detenho com a leitura de algo que eu própria
já classifiquei de “pobrezito”…*
Simples: é uma questão de não sobrecarregar (mais) as ideias… Quem
trabalha em letras sabe bem que muitas vezes, depois de 7 a 8 horas diárias a
ler, compreender, escrever e reescrever, já nos sobra pouca capacidade de dedicar mais da
nossa concentração a um livro inteligente, com uma teia intrincada de enredos e
personagens densas.
A famigerada trilogia entra numa categoria praticamente oposta:
a escrita é de leitura fácil e rápida e a narrativa é simples e linear. Girl
meets boy … e 600 x 3 páginas (e muito sexo à maluca) depois… they lived
happily ever after. Pelo menos suponho que seja isso embora, estranhamente,
ainda nenhum spoiler me tenha revelado como acaba a história.
E é disso mesmo que se trata: uma espécie de easy reading. Não me chateio
muito com a leitura, não esgoto mais a minha capacidade de leitura e
interpretação que, muitas vezes, entra no nível da reserva ao final do dia, não
fico irritada comigo mesma por sentir que não estou a interessar-me devidamente
pelo livro ou a fazer-lhe justiça (porque ler por aí fora elogios rasgados ao Dublinesca do Vila-Matas e pensar que tive de o pôr de parte porque o estava a achar tremendamente aborrecido faz-me pensar que há qualquer coisa de errado comigo...).
*Da mesma forma que dou por mim a pensar
por que raio sinto
eu necessidade de me justificar…
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