23 de maio de 2013

Easy reading


Hoje, depois de tratar do status update do Goodreads, colocando assim o terceiro livro da trilogia das Sombras de Grey à frente dos outros três que estão pendentes (J. K. Rowling, Calvino e Vila-Matas), dou por mim a pensar por que raio é que me detenho com a leitura de algo que eu própria já classifiquei de “pobrezito”…*

Simples: é uma questão de não sobrecarregar (mais) as ideias… Quem trabalha em letras sabe bem que muitas vezes, depois de 7 a 8 horas diárias a ler, compreender, escrever e reescrever, já nos sobra pouca capacidade de dedicar mais da nossa concentração a um livro inteligente, com uma teia intrincada de enredos e personagens densas.  

A famigerada trilogia entra numa categoria praticamente oposta: a escrita é de leitura fácil e rápida e a narrativa é simples e linear. Girl meets boy … e 600 x 3 páginas (e muito sexo à maluca) depois… they lived happily ever after. Pelo menos suponho que seja isso embora, estranhamente, ainda nenhum spoiler me tenha revelado como acaba a história.

E é disso mesmo que se trata: uma espécie de easy reading. Não me chateio muito com a leitura, não esgoto mais a minha capacidade de leitura e interpretação que, muitas vezes, entra no nível da reserva ao final do dia, não fico irritada comigo mesma por sentir que não estou a interessar-me devidamente pelo livro ou a fazer-lhe justiça (porque ler por aí fora elogios rasgados ao Dublinesca do Vila-Matas e pensar que tive de o pôr de parte porque o estava a achar tremendamente aborrecido faz-me pensar que há qualquer coisa de errado comigo...). 


*Da mesma forma que dou por mim a pensar 
por que raio sinto eu necessidade de me justificar…

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