Final da noite. Uma trovoada assustadora ilumina os céus. Chove torrencialmente.
Caminho para casa breve, familiar, mas cheio de curvas. Não há carros em nenhum dos sentidos. Ah, aquela curva mais apertada. É melhor abrandar.
O carro abranda e começa a rodar. Não estou a fazer nada. Não consigo rodar o volante. Não consigo travar.
Incapaz de reagir, deixo-me ir, como que se fosse mera espectadora do que está a acontecer. Espectadora única sentada no banco do condutor.
Paro finalmente. A escassos centímetros da barreira de terra do lado direito da estrada. Do outro do lado esperava-me a uma ribanceira de algumas dezenas de metros.
O carro parou no sentido oposto, meio atravessado nas duas vias. Tenho de sair daqui antes que apareça outro carro. Calma (calma como?!). A manobra foi simples. O percurso retomado.
O efeito chegou apenas instantes depois. Tremi de medo ao longo do resto do percurso. Medo de estar sozinha. Medo do carro. Medo de instantes com este, que foi de sorte, mas que podia ter sido bem diferente...
Acho que o importante é ter sangue frio no momento crítico! Tudo o que vier depois é apenas reflexão!
ResponderEliminarUfa... tb sou assim, reajo na altura, os suores frios vêm depois
ResponderEliminarSe na altura há sangue frio não é mau de todo. O problema é se aparece outro carro. Ainda bem que conseguiste não bloquear!
ResponderEliminarBeijos
L'Enfant Terrible:
ResponderEliminarConcordo! Foi determinante não ter 'gelado' no momento! Estava depois uma curva atravessada no meio da estrada. O carro que viesse a seguir não me veria...
Depois foi começar a pensar no que podia ter corrido mal... Enfim...
Anuska:
Estou como o Terrible - o que importa é reagir no momento crítico! Ainda bem que somos assim!
Cérise:
É verdade! Fiquei bem assustada! E foi precisamente no caminho de regresso da tua casa!...