29 de novembro de 2010

Ir ao cinema comigo

... pode ser uma experiência curiosa.*
Sobretudo se me deixarem escolher/propor o filme e comprar eu os bilhetes.

Chegar à bilheteira, ver que está lotada a sessão para o filme escolhido e ter de decidir live uma alternativa.


- Oh, vamos lá ver aquele filme do Clooney!, sugere-se.
Está bem!, concorda-se. 
- Então queria bilhetes para o Imparável, se faz favor.


Segue-se para tomar um café antes da sessão... damos por nós entre dois cartazes:
à esquerda, Imparável, com Denzel Washington
à direita, o Clooney em destaque à direita do título, O Americano.




- Er... Imparável? Não era este pois não?


Ups! Toca a correr para a bilheteira e fazer o choradinho para trocarem os bilhetes.
Ups! Já só há bilhetes de primeira fila para o filme do Clooney...
Ups! Lá terá de ser este então...

Bom, visto o filme, sou ilibada pela maioria!
Não perdemos com o equívoco, que o filme é bom!
I'm a natural no que toca a enganos que correm bem, portanto!...

Das últimas vezes em que colocaram a tarefa nas minhas mãos, a coisa correu menos bem... muito menos... O grupo de cerca de dez pessoas que levei a ver o Femme Fatale com a Rebecca Romijn, há uns bons anos já, passou o resto da noite com vontade de me esganar pela escolha... Não percebo porquê, eu até gostei... Não sabia que ia gostar, mas até gostei...



* Ver também foto do dia de sábado, 
no blog ao lado.

23 de novembro de 2010

Pensar e(m) escrever


Sim, é verdade.
Paramos um bocadinho para pensar e faz sentido - quantas vezes o que escrevemos não acaba por se tornar aborrecido precisamente por não deixar nada para ser sugerido?

Ser demasiadamente descritivo pode ser uma forma de segurança, mas também pode tornar-se aborrecido...

Não há duas mãos que escrevam exactamente da mesma forma. 
A escrita é como uma impressão digital. 
Mais, a escrita pode ser um reflexo, um impulso. 

Assim mesmo, quando/se escrevemos para 'sermos lidos', podemos pensar sair um pouco das nossas palavras, procurar uma visão mais panorâmica e olhar para elas como olharia quem as lê, para perceber o que poderá soar bem ou mal, o que é desagradável e o que capta a atenção. É um exercício interessante.

Um fim-de-semana a falar de escrita e de literatura foi matar saudades de qualquer coisa que me é vital, além de me dar oportunidade de pensar mais em todas essas questões relativas à escrita, ao desenvolver de ideias, dar-lhes corpo (interessante) e uma estrutura...
Bom, muito bom!
Pena que tenha sido um fim-de-semana só!

18 de novembro de 2010

Dislexia táctil

sangúineos
sanguíenos
sanguúneos
sangíuneos
sanguienos
sangu+neos

Aaaarrghhh!!!
Trabalhar assim não rende!!!

17 de novembro de 2010

Ai queres luta?!!


Então é luta que vais ter!!
Anda lá que eu trato de ti!
Não vai ser um softwarezinho 
com aspirações a perfeito, prático e abrangente e mimimi,
que depois arma birras e finca-pés só porque sim
que vai levar a melhor sobre mim! 
Hmmmm!

16 de novembro de 2010

Poesia à meia-noite


Uma vénia e um sorriso.
Oculto por entre as cortinas da noite.
De olhos fechados, sente encher o ar 
o aroma de uma cumplicidade 
que não quer denunciar.
Amadores de meia-noite não desvendados.
Desenham-se em notas de música 
sorrisos e reencontros em palavras.
Reconhecem-se olhares perdidos 
nas brumas de um mapa onde, 
com passos dedilhados, 
chegam um ao outro num ápice.
Sentem-se carícias imaginadas.
Imaginam-se as que ficaram ainda por sentir, 
através do véu de seda 
de um sentimento 
alvo. 


15 de novembro de 2010

Serei eu a única

que acha que o discurso promocional do novo seguro automóvel para mulheres que surgiu recentemente tem um tom um bocadinho sexista?...


(...) é o seguro automóvel que pensa nas mulheres (...) 
que têm mais que fazer que mudar pneus
ou desencantar soluções porque,
 em vez de gasolina, puseram gasóleo.

14 de novembro de 2010

A educação musical de Anna X



~ Trabalho de campo - Vampire Weekend ~
Campo Pequeno, 10 de Novembro de 2010 

Quarta-feira passada foi dia de fim-de-semana no Campo Pequeno.
Uma noite animada, quente, a contrastar com o frio lá fora, típico de uma Lisboa em Novembro. 
Lá dentro, não houve frio, apenas o calor de uma música animada, a saber a Verão, a descontracção e a ritmos longínquos e com um toque de exotismo. Tudo reunido num espectáculo simples, mas em que não faltou entusiasmo.

Gosto da parafernália com sentido de sons que os meninos lançam para o ar. Gosto do paradoxalmente adolescente e profissional dos quatro meninos. Gosto de não me sentir na Europa quando levada pela sua música.

Foi bom, muito bom, cerca de uma hora e meia neste tom e nesta atmosfera que em alguns momentos nos trouxe mais granel (nas palavras do meu quase chaperon) do que eu esperava, um granel que foi surpreendentemente agradável e revigorante!

Faltou-me (a mim, muito mais do que à atmosfera do espectáculo, diria...) a I think ur a contra, e a julgar pelo que li algures - porque há alegrias que só o Porto nos reserva -, parece que a Norte não ficou esquecida… 


12 de novembro de 2010

Adenda ao casting para namorados...

... lançado aqui por inspiração do blog do caro Tolan há umas semanas atrás,

fui ontem muito pertinentemente alertada para o facto de me faltar um requisito imprescindível à lista apresentada!

Falta, pois, indicar a absoluta premência de o candidato

organizar um fim-de-semana surpresa em Paris!
(passagem pelas livrarias em St. Michel dá direito a estrelinha extra)



Muito bem lembrado, D.!
Thanks

9 de novembro de 2010

Estes paradoxos

Ah! Nada como ver-me obrigada a pedir ajuda a um total desconhecido para me trocar as escovas limpa-vidros do carro, ali mesmo, no meio do estacionamento da loja!

Chega a ser paradoxal:
tenho de traduzir (bem, espera-se) textos do sector automotivo com alguma frequência
mas depois não sou capaz da tarefa ridiculamente básica de trocar as benditas escovas*!!!


*Já com os pneus é outra história, que até me safo!
O que é ainda mais parvo, pensando bem,
em comparação com as escovas...

7 de novembro de 2010

Convite

Um dia destes queres ir comigo à Lua?
Esperamos que anoiteça e levamos a toalha de piquenique...

Vamos, claro que vamos!

Chegar ao fim de um bom livro...

                        

... é como desembocar finalmente na entrada de uma clareira inundada pelo Sol, depois de uma corrida vertiginosa ao longo de páginas e páginas de personagens e locais...

Sentimos os aromas pelo caminho, partilhamos as angústias, as sensações, as descobertas das pessoas que vamos encontrando pela mão do protagonista...  Com ele andamos cautelosamente, corremos desesperados em fuga, gritamos de susto, sustemos a respitação e suspiramos por finalmente chegar a um porto de abrigo...

Seguimos ao ritmo da passagem pelos estreitos e pelas pontes que nos levam de capítulo em capítulo, saltamos obstáculos, abrandamos por momentos para reflectir...

E no final, o passo acelera, as palavras voam à nossa frente... Avançamos, corremos e, ao virar a última página, enfim, chegamos ao destino que o autor desenhou para nós... Nesse momento estacamos, curvamo-nos sobre o abdómen para recuperar o fôlego e voltamos a erguer-nos, olhamos à nossa volta enquanto revemos mentalmente todo o percurso desde o primeiro passo no caminho...

Se o livro é bom, então desejamos ardentemente encontrar um beco, uma entrada de gruta, uma aberta subtil entre as árvores da floresta, que nos leve a percorrer mais e mais, porque histórias boas deixam sempre o leitor a querer mais e mais!

~ ~ ~ ~

Zafón tem o dom de nos levar por caminhos assim. A chegada à clareira da última página de cada um dos seus romances deixa-nos sempre na expectativa de descobrir a passagem para mais e mais...

Sendo anterior aos seus dois grandes êxitos em Portugal, não perde por isso em intensidade, poder e ritmo. O imaginário, o espaço e as personagens deixam já antever o estilo do próprio autor e levam-nos para locais que, juramos, já começamos a conhecer, mesmo sem nunca lá ter estado...

Para quando mais?



4 de novembro de 2010

Bublé

Foi bom, muito bom, o concerto! Melhor do que esperava!
O menino tem uma óptima presença em palco, é extremamente natural e emana bom humor! Brincou sobre ele, sobre a banda, sobre nós até!

Sim, a sua voz ao vivo é exactamente aquilo a que estamos habituados, sem qualquer expectativa defraudada, muito pelo contrário! É tão intensa que arrepia cada pelinho do corpo! E arrepiou - especialmente no final, fechando o concerto com uma música a capella e 'sem' microfone, a chegar a um Atlântico inteiro fascinado!

Além disso, fazer-se acompanhar com uma banda assim, bem, é revestir o azul de ouro!

Quanto ao ambiente do concerto, bom, confesso que esperava uma convenção de histeria, fortemente feminina. My mistake. A audiência era muito mais heterogénea do que se imaginaria e com gente não doida (a grande maioria, vá), mas sim com bom gosto e vontade de ouvir boa música e um espectáculo agradável.



[ Me and Mrs. Jones]

E pronto, siga-se agora para outros departamentos musicais...
e tanta coisinha boa de ouvir a saltitar pela capital...

2 de novembro de 2010

Wonderful tonight


Bublé... E os bilhetes já foram comprados há tanto tempo que, há dias atrás, já nem me lembrava do concerto...
Devidamente 'rememoriada' agora, a expectativa foi retomada!

Dei por mim estes dias, no carro, a ouvir o álbum dele que estava mais ou menos perdido no porta-luvas... Parei com a música em baixo...

Poder-me-iam perguntar porque é que, a poucas horas do concerto dele, escolho uma música que nem sequer é original dele...
Porque além de adorar o arranjo feito, esta música é especial e conta uma história...

Uma história de dois adolescentes apaixonados que escolheram uma música de gente grande como a sua música. Escolha insólita, mas tão nossa, tão ao nosso jeito... Como todas as histórias de amor do tempo de escola, também esta é agora uma doce recordação, apenas, cujas imagens se projectam na mente ao som desta música...

Mas isso são só recordações*!
Por agora, venha lá uma noite grande hoje!



[Wonderful tonight ~ Michael Bublé feat. Ivan Lins]

*o que acaba por servir para dar resposta à
pergunta-desafio
à qual não consegui dar resposta no momento em que foi lançada.
A ideia era nomear
uma música que fosse especial,
de alguma forma marcante...
Não é a única,
mas é sem dúvida uma delas...