E se criássemos um reflexo de nós mesmos e entrássemos numa vida paralela?
Apesar de esta Anna que assina o blog ter muito do que sou, Ana Isabel, não deixa de ser uma persona - um avatar - de mim, que vive e se movimenta numa realidade paralela, dissociada do quotidiano palpável e desconhecida das pessoas que o partilham comigo.
Mesmo assim, vivo neste mundo com a mesma intensidade e de forma quase tão real como o outro mundo...
E se um dia percebesse que, na verdade, prefiro viver nesta vida paralela?
E se constatasse que, afinal, aqui posso ser muito mais
eu?
E se sentisse que aqui as barreiras físicas e sociais deixam de existir e posso ser quem quero, agir e falar como quero,
estar com quem quero, quebrar as barreiras do tempo e do espaço e viver de forma mais pura?
E se um dia isso realmente acontecesse e eu me começasse a sentir espartilhada, sufocada, na vida real?
A verdade é que, muitas vezes, nos últimos tempos sobretudo, tenho querido estar mais aqui, neste lugar inexistente, onde afinal eu sou só uma ideia, uma personagem sem essência corpórea... porque aqui encontrei algo que me faz feliz e que não posso ter na realidade...
E como enfrentar isso mesmo?...
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Fui ontem ver o Avatar...
Não é, à partida, o meu género de filme, e talvez tenha sido esse um dos factores que contribuiram para a minha surpresa...
Um filme que ouvi algures descrever como sendo "pobre em termos de argumento" e que me surpreendeu de forma avassaladora, por todas as mensagens intrínsecas sobre nós, humanidade, e sobre a nossa forma de vida...
E também, obviamente, pela beleza desse mundo paralelo brilhantemente criado pela equipa de James Cameron.
Seja como for, foi daí que nasceu esta, como algumas outras reflexões em que me perdi entretanto...