31 de dezembro de 2008
Uma chiquitita muito feliz no dia de aniversário!
Não sei o que aconteceu este ano, mas há muito tempo que não passava um dia de aniversário tão feliz!
Foram quase 24 horas non stop a receber miminhos de gente especial e de alguma forma importante na minha vida! Foi um daqueles dias em que parece que todo o meu mundinho combinou fazer de mim uma "chiquitita" muito muito feliz! Velhos amigos, novos amigos, amigos meio desaparecidos... foi absolutamente fantástico!
Esta é uma daquelas ocasiões em que dou por mim a pensar se estar rodeado de amigos que se preocupam e se lembram de ti não será bem mais do que meio caminho andado para a felicidade plena!
É claro que ter alguém ao nosso lado que seja particularmente importante e com quem partilhamos um sentimento único, maior e mais intenso que a amizade seria a cereja no topo do bolo! Mas confesso que hoje não me senti minimamente sozinha e, apesar de por diversas vezes ter olhado esperançada (e de imediato desiludida) para o telemóvel a tocar na expectativa de ser aquela pessoa que julgava especial que se lembrou de mim e dos meus aninhos, em momento algum me senti sozinha ou menos amada por isso.
Hoje acredito sinceramente que sou capaz de fazer reverter o processo que me fez descer bem fundo há não muito tempo! Com a ajuda e a força de tantas pessoas especiais que tenho à minha volta!
Obrigada, amigos, por terem feito de mim uma "chiquitita" especial e muito feliz no dia em que espero que fique assinalado como ponto de viragem! 25 anos... os próximos 25 vão ser sempre a subir!! :)
27 de dezembro de 2008
Isto é amor!
Às vezes paro tudo só para poder apreciar em pleno e sem interrupções a letra desta canção...
Isto sim é uma linda forma de ilustrar o amor, o sentimento daqueles que não conseguem esquecer e seguir em frente. A teimosia de não querer avançar na ténue esperança de que um dia aquela pessoa olhe para trás e perceba que ali está tudo o que sempre quis...
Going back to the corner where I first saw you,
Gonna camp in my sleeping bag I'm not gonna move,
Got some words on cardboard got your picture in my hand,
Saying if you see this girl can you tell her where I am,
Some try to hand me money they don't understand,
I'm not...broke I'm just a broken hearted man,
I know it makes no sense, but what else can I do,
How can I move on when I'm still in love with you...
Cause if one day you wake up and find that you're missing me,
And your heart starts to wonder where on this earth I can be,
Thinking maybe you'll come back here to the place that we'd meet,
And you'd see me waiting for you on the corner of the street.
So I'm not moving...
I'm not moving.
Policeman says son you can't stay here,
I said there's someone I'm waiting for if it's a day, a month, a year,
Gotta stand my ground even if it rains or snows,
If she changes her mind this is the first place she will go.
...
The Script, The Man Who Can't be Moved
21 de dezembro de 2008
Gotan Project @ Campo Pequeno
Óptima noite esta k passou! K por sinal me fez perceber como tenho andado a perder tanta coisa boa na vida!
Ontem à noite foi dia de Gotan Project no Campo Pequeno! A curiosidade e a expectativa eram grandes! Não sabia bem o k esperar de um espectáculo musical da linha deles... Qualquer coisa de novo pra mim, de resto...
Inesperado desde o início: um tríptico de imagens k se sobrepõe à própria banda na primeira parte do concerto! Tríptico esse que ao fim de alguns temas desce e os desvenda finalmente, permitindo o essencial contacto com o público de qualquer espectáculo ao vivo!
Cerca de duas horas, sempre devidamente temperadas de imagens, minimalistas, elegantes, carregadas de simbolismo, mas sobretudo com um som e um alinhamento que foram causando um crescendo de vibração excepcional em nós!
Já gostava da sonoridade, do conceito, do trabalho realizado pelo grupo, de uma forma geral! Mas ao vivo, a perspectiva é sempre nova! E desta vez foi de confirmação! O k ouvimos nos álbums é o k encontramos ao vivo! Mas com bem mais intensidade!
Esta é a primeira prova (de muitas, espero!) de k há tanta coisa boa por explorar por aí fora! Este foi também um dos primeiros passos!
Ontem à noite foi dia de Gotan Project no Campo Pequeno! A curiosidade e a expectativa eram grandes! Não sabia bem o k esperar de um espectáculo musical da linha deles... Qualquer coisa de novo pra mim, de resto...
Inesperado desde o início: um tríptico de imagens k se sobrepõe à própria banda na primeira parte do concerto! Tríptico esse que ao fim de alguns temas desce e os desvenda finalmente, permitindo o essencial contacto com o público de qualquer espectáculo ao vivo!
Cerca de duas horas, sempre devidamente temperadas de imagens, minimalistas, elegantes, carregadas de simbolismo, mas sobretudo com um som e um alinhamento que foram causando um crescendo de vibração excepcional em nós!
Já gostava da sonoridade, do conceito, do trabalho realizado pelo grupo, de uma forma geral! Mas ao vivo, a perspectiva é sempre nova! E desta vez foi de confirmação! O k ouvimos nos álbums é o k encontramos ao vivo! Mas com bem mais intensidade!
Esta é a primeira prova (de muitas, espero!) de k há tanta coisa boa por explorar por aí fora! Este foi também um dos primeiros passos!
22 de novembro de 2008
Zafón
"Na altura em que a razão é capaz de compreender o sucedido,
as feridas do coração já são demasiado profundas."
Carlos Ruiz Zafón,
o senhor que conseguiu finalmente salvar-me da letargia da leitura!
as feridas do coração já são demasiado profundas."
Carlos Ruiz Zafón,
o senhor que conseguiu finalmente salvar-me da letargia da leitura!
16 de novembro de 2008
Hurting again
Sometimes I wish I would hit my head somewhere and get some kind of parcial amnesia so that I could forget about your existence...
It feels good to hear from you, to be in touch with you, but sometimes it hurts so badly the thought of you not caring about me at all!!
It would feel so good to think that I left some kind of track of me in you. It would feel so good to feel that you nurture some tenderness when you think of me...
I love you so much and I hate you so much!!
Why couldn't we be together?!
Why couldn't we make the most of our time?!
Why did you leave me all alone??!
Why did you leave me with all these feelings to be given?!
Why did you enter my life like this?!
And why did you walk out of my life like you did?!...
It feels good to hear from you, to be in touch with you, but sometimes it hurts so badly the thought of you not caring about me at all!!
It would feel so good to think that I left some kind of track of me in you. It would feel so good to feel that you nurture some tenderness when you think of me...
I love you so much and I hate you so much!!
Why couldn't we be together?!
Why couldn't we make the most of our time?!
Why did you leave me all alone??!
Why did you leave me with all these feelings to be given?!
Why did you enter my life like this?!
And why did you walk out of my life like you did?!...
Um pastel de nata - Prazer vs. Perfeição
À conversa com um amigo num destes dias, e a propósito de uns pastéis de nata divinais que levei para a "equipa maravilha", demos por nós como que a "maldizer" o prazer irresistível comer um destes deliciosos manjares e o crime calórico que desfrutar desses prazeres acaba por ser, comprometendo a nossa linha!
A questão que coloco é: devemos nós abdicar daquilo que nos dá prazer em nome da nossa perfeição exterior? Pois eu diria que não!! Tirar partido das coisas que nos dão prazer faz de nós seres mais felizes e a nossa perfeição enquanto seres humanos passa tanto ou mais por aí do que por um maravilhoso corpo escultural! Porque a nossa perfeição - se é que ela existe de facto - está na nossa essência e nem tanto na aparência!
Pois bem, meu caro, o que te digo é que tires partido dessas pequenas coisas que te dão prazer, sem culpas nem restrições! Por dois ou três quilos a mais não deixas de ser a pessoa interessante e cativante que és!
Come todos os pastéis de nata que te apetecer! E se encontrares a tal bela pasteleira, casa-te com ela e desfruta então desse duplo prazer!! ;)
A questão que coloco é: devemos nós abdicar daquilo que nos dá prazer em nome da nossa perfeição exterior? Pois eu diria que não!! Tirar partido das coisas que nos dão prazer faz de nós seres mais felizes e a nossa perfeição enquanto seres humanos passa tanto ou mais por aí do que por um maravilhoso corpo escultural! Porque a nossa perfeição - se é que ela existe de facto - está na nossa essência e nem tanto na aparência!
Pois bem, meu caro, o que te digo é que tires partido dessas pequenas coisas que te dão prazer, sem culpas nem restrições! Por dois ou três quilos a mais não deixas de ser a pessoa interessante e cativante que és!
Come todos os pastéis de nata que te apetecer! E se encontrares a tal bela pasteleira, casa-te com ela e desfruta então desse duplo prazer!! ;)
8 de novembro de 2008
A Good Year
"Once you find something good, Max, you have to take care of it, you have to let it grow!"
Muito à semelhança dos livros, também os filmes funcionam para muitos como uma fuga à realidade, uma forma de imaginar a realidade como gostariamos que ela fosse...
Por vezes, o que acontece é que acabamos por metaforizar alguém ou alguma coisa nesses filmes e, intimamente, desejar que as coisas assim fossem na vida real, que o herói real, tal como o herói da história, possa ter um momento de catarse e com ele "acorde para a vida" e para o que está a deixar passar...
Filme doce e encantador!
Revejo neste Max Skinner alguém muito importante para mim. E espero sinceramente que também ele venha a acordar eventualmente do seu transe mercenário e venha a despertar verdadeiramente para os prazeres puros que fazem da vida um lugar mais bonito!
Sobre o filme, duas ou três palavras: pacífico e bem desenvolvido! Se para muitos parece ser mais um filme lamechas e pejado de clichés, bom, para mim, é uma história de crescimento pessoal, quase uma parábola. E claro, uma doce história de amor - não apenas amor entre duas pessoas, mas amor por um passado, por recordações vitais, por lugares que fizeram de nós quem somos, que nos fazem relembrar que a vida é um lugar bonito!
Cinco estrelas em especial para a fotografia - se a Provença já é um cenário idílico no imaginário de muitos, aqui fica a confirmação!
Muito à semelhança dos livros, também os filmes funcionam para muitos como uma fuga à realidade, uma forma de imaginar a realidade como gostariamos que ela fosse...
Por vezes, o que acontece é que acabamos por metaforizar alguém ou alguma coisa nesses filmes e, intimamente, desejar que as coisas assim fossem na vida real, que o herói real, tal como o herói da história, possa ter um momento de catarse e com ele "acorde para a vida" e para o que está a deixar passar...
Filme doce e encantador!
Revejo neste Max Skinner alguém muito importante para mim. E espero sinceramente que também ele venha a acordar eventualmente do seu transe mercenário e venha a despertar verdadeiramente para os prazeres puros que fazem da vida um lugar mais bonito!
Sobre o filme, duas ou três palavras: pacífico e bem desenvolvido! Se para muitos parece ser mais um filme lamechas e pejado de clichés, bom, para mim, é uma história de crescimento pessoal, quase uma parábola. E claro, uma doce história de amor - não apenas amor entre duas pessoas, mas amor por um passado, por recordações vitais, por lugares que fizeram de nós quem somos, que nos fazem relembrar que a vida é um lugar bonito!
Cinco estrelas em especial para a fotografia - se a Provença já é um cenário idílico no imaginário de muitos, aqui fica a confirmação!
6 de novembro de 2008
Suspiro
Esta manhã, logo ao acordar, ocorreu-me que já há um bom tempo que não solto um suspiro sincero e sentido de prazer...
Nesse momento, tomei também consciência do quanto isso me faz falta...
Nesse momento, tomei também consciência do quanto isso me faz falta...
3 de novembro de 2008
Mamma mia!
À partida, seria de pensar: mais um blockbuster que vai vender por conta dos nomes que inclui e do intertexto que levou à sua criação... Sem excluir ou desmentir estes pontos, confesso que o filme foi uma surpresa agradabilíssima para mim!!!
Convidada para ver o filme pela pessoa mais improvável, pela última pessoa no mundo que eu imaginaria ouvir cantarolar músicas dos Abba, foi simplesmente à procura de entretenimento, de desanuviar, mas sobretudo de passar um bocadinho com essa pessoa especial, que aceitei o convite, e mesmo assim de narizito torcido em relação ao que viria a ter pela frente...
Surpresa das surpresas!!!
Um argumento muitíssimo criativo, se pensarmos como foi possível articular músicas já existentes num mesmo enredo, criado posteriormente! Cinco estrelas para o génio de Catherine Johnson!
Meryll Streep! Mais uma vez, mostra-nos a sua genialidade e profissionalismo! É no mínimo inesperado vê-la neste registo! De toda a equipa, talvez aquela que mais aplaudo, muito embora não a única - confirma-se a qualidade de Colin Firth e salienta-se mais uma revelação, Amanda Seyfried, a pequena, determinada e de voz invejável protagonista!
Pena ter descoberto que Pierce Brosnan não esteve à altura do que se desejaria... De facto, o dom da música não não se contabiliza no conjunto dos seus... Valeu a tentativa, com certeza...
Em geral, diria que fiquei encantada! A tal ponto que fui para casa a cantarolar Abba (inacreditável, não?!)! E a tal ponto que, por momentos, a minha aura iluminou-se, apesar de tudo o resto que acontecia à volta...
Obrigada, meu caro, por me teres levado para mais uma experiência surpreendente! E obrigada por me fazeres sorrir!
2 de novembro de 2008
Water to air, you're on your feet again...
E aos poucos, a mente vai recuperando, relativizando e reagindo...
Quando alguma rajada no abala, por vezes é bem difícil voltar ao nosso caminho... esperneia-se, grita-se, mas eventualmente acaba-se por retomar a linha...
É uma boa forma de crescer, suponho... Aprende-se, é-se feliz, sentimo-nos plenos e capazes de enfrentar este mundo e o outro! Depois acordamos do sonho e infelizmente, parece-nos tudo ainda mais negro do que era antes...
A vontade de mudar, de esquecer, de seguir em frente, muitas vezes não chega... Até que a dada altura, sentimo-nos renascer, emergir novamente das águas negras e gélidas... Lentamente, tentamos reagir... e não é que eventualmente conseguimos?!!!
Tanto melhor...
A mente e o coração registou tudo, o bom e o menos bom. Criou mais um compartimento com todas essas preciosidades inesquecíveis. E guarda-as precisamente como tesouros que são... tango, a lua cheia, um beijo cheio de força perdido no meio da rua... noites brilhantes e memoráveis... um refúgio pincelado de negro e vermelho, escuro mas cheio de luz, luz que brota de corpos apaixonados... lágrimas e sorrisos...
Nesse compartimento, ficam em branco os espaços para os momentos que não se viveram... e a esperança de poder um dia vir a enchê-los de mais momentos memoráveis...
6 de outubro de 2008
Missing you...
Sentir a tua falta é qualquer coisa que me arde por dentro, que me impede de respirar, que me faz ver o mundo a cinzento, sem luz nem brilho...
Não consigo acreditar, embora as evidências assim o mostrem, que eu seja a única de nós os dois que realmente sinta a falta de tudo o que partilhámos e de tudo o que ainda poderiamos (poderemos) partilhar...
Sinto a falta dos teus mimos, das nossas conversas, do teu cachorrinho preto e branco... sinto falta do percurso até tua casa e das cores do teu quarto... Sinto falta das noites em branco que passei para estar contigo... noites essas que agora passo em branco, de qualquer forma, porque não consigo suportar a tua ausência!
Queria tanto poder continuar ao teu lado!
Dói o facto de não teres mais para me dar... mas dói de forma igualmente intensa que não possa libertar tudo isto que tenho para te dar e que não queres receber... E o meu desiquilíbrio passa em grande parte por isso mesmo: na balança dos meus sentimentos, começa a ser insuportável o peso daquilo que cá está e não tem para onde ir... e tão pequenino é o prato do outro lado que se torna ainda mais óbvia esta discrepância...
Queria tanto ter-te ao meu lado...
Muitas saudades, pequenino!
Desculpa...
Não consigo acreditar, embora as evidências assim o mostrem, que eu seja a única de nós os dois que realmente sinta a falta de tudo o que partilhámos e de tudo o que ainda poderiamos (poderemos) partilhar...
Sinto a falta dos teus mimos, das nossas conversas, do teu cachorrinho preto e branco... sinto falta do percurso até tua casa e das cores do teu quarto... Sinto falta das noites em branco que passei para estar contigo... noites essas que agora passo em branco, de qualquer forma, porque não consigo suportar a tua ausência!
Queria tanto poder continuar ao teu lado!
Dói o facto de não teres mais para me dar... mas dói de forma igualmente intensa que não possa libertar tudo isto que tenho para te dar e que não queres receber... E o meu desiquilíbrio passa em grande parte por isso mesmo: na balança dos meus sentimentos, começa a ser insuportável o peso daquilo que cá está e não tem para onde ir... e tão pequenino é o prato do outro lado que se torna ainda mais óbvia esta discrepância...
Queria tanto ter-te ao meu lado...
Muitas saudades, pequenino!
Desculpa...
30 de agosto de 2008
No air
É assim mesmo que nos sentimos muitas vezes... quando nos falta alguém especial, falta-nos também ar para respirar...
Difícil é depois encontrar (e querer encontrar) fontes para voltar à vida...
23 de agosto de 2008
Literatura e realidade
Há dias, perguntaram-me por que razão eu me pareço interessar e cativar por ficção em detrimento de crónicas, ensaios, ou tudo o que quer que seja que esteja mais vinculado à realidade...
Pois bem, prefiro a ficção precisamente porque é ela que me permite de alguma forma FUGIR à realidade! Ainda que esteja profundamente intrincada nesta, é na ficção que podemos fugir da crueldade e desilusão desta. É aqui que, mesmo com o mesmo contexto e os mesmos problemas, as personagens conseguem (quase) sempre superar para melhor e ter um final suficientemente feliz.
Estou neste momento a ler crónicas de Lobo Antunes, numa tentativa de desenvolver a minha capacidade de acompanhar o pensamento deste Senhor da literatura portuguesa...
Com a sua sagacidade e perspicácia de observar e transmitir os sentimentos que afectam os seres humanos, Lobo Antunes consegue, em breves pinceladas de ficção, fazer-nos olhar para nós mesmos e, não só à semelhança de Wilde, que o fazia para nos fazer rir de nós mesmos, acaba também por fazer-nos sentir mais incomodados e inquietos, pois desperta em nós a consciência das nossas fraquezas e das inseguranças que tanto queremos camuflar... Veja-se por exemplo "O Fim do Mundo"
http://www.citi.pt/cultura/literatura/romance/lobo_antunes/ala96.html.
Sr. Lobo Antunes, neste momento receio abrir a próxima crónica com medo de descobrir que nova ferida vai abrir em mim... Raros foram os escritores que até hoje tiveram este efeito sobre mim...
22 de agosto de 2008
As
Existem músicas, aparentemente insignificantes, que ouvimos indiferentemente vezes sem conta, sem nos darmos ao trabalho de as OUVIR verdadeiramente...
E quando efectivamente o fazemos, apercebemo-nos da sua força, da intensidade da sua mensagem e de como ela de alguma forma tem a ver connosco...
Além disso, todos nós vamos construindo a nossa própria banda ao longo da nossa vida...
De tantas que fazem parte de mim, começo por vos mostrar esta.
Fechem os olhos, oiçam bem e depois digam-me...
15 de agosto de 2008
Mal ou bem?!
Não me fazes mal. Fazes de mim um ser mais rico, um ser que convive com o tumulto das emoções, que desespera, que se sente desgarrado e, logo em seguida, sente em si o poder de desbravar o desconhecido, que reúne em si o paradoxo e o turbilhão de ser e não ser, de querer exigir céu e terra... e ao mesmo tempo, uma ânsia de dar tudo, de fazer emergir em jorros potentes e espalhafatosos o poder das emoções que despertaste em mim!
Emoções frágeis e intensas como cristal, brilhantes e raras. Emoções que nunca o ser humano comum poderia imaginar sequer que o âmago do seu ser poderia trazer para a vida. E é precisamente isso que é tão surpreendente e mágico e agradavelmente assustador, que no meio de um quotidiano de pedra que nos gela e faz de nós meros autómatos dirigidos por um mundo predador que nos consome a vida em troca de migalhas de vida, no meio desse ambiente mecanizante, um ser tenha a capacidade de fazer brilhar raios de luz perante um outro ser que se julgava irremediavelmente imerso!!
E são esses raios de luz que iluminam o mundo e deixam transparecer que, afinal, servos do quotidiano são também almas vivas que amam, que estão dispostas a quebrar barreiras, a gritar e a combater para fazer viver esses sentimentos!!
E mesmo que seja em vão, nunca o será, porque faz parte da essência do ser humano sofrer, sorrir, sofrer, ser contrariado, cair, voltar a erguer-se... enfim, crescer...
Não é fazer mal, é simplesmente a inacreditável orgânica do que é ser-se humano. Não é fazer mal, é fazer infinitamente bem, é dares-me a mão e ajudares-me a crescer!
Emoções frágeis e intensas como cristal, brilhantes e raras. Emoções que nunca o ser humano comum poderia imaginar sequer que o âmago do seu ser poderia trazer para a vida. E é precisamente isso que é tão surpreendente e mágico e agradavelmente assustador, que no meio de um quotidiano de pedra que nos gela e faz de nós meros autómatos dirigidos por um mundo predador que nos consome a vida em troca de migalhas de vida, no meio desse ambiente mecanizante, um ser tenha a capacidade de fazer brilhar raios de luz perante um outro ser que se julgava irremediavelmente imerso!!
E são esses raios de luz que iluminam o mundo e deixam transparecer que, afinal, servos do quotidiano são também almas vivas que amam, que estão dispostas a quebrar barreiras, a gritar e a combater para fazer viver esses sentimentos!!
E mesmo que seja em vão, nunca o será, porque faz parte da essência do ser humano sofrer, sorrir, sofrer, ser contrariado, cair, voltar a erguer-se... enfim, crescer...
Não é fazer mal, é simplesmente a inacreditável orgânica do que é ser-se humano. Não é fazer mal, é fazer infinitamente bem, é dares-me a mão e ajudares-me a crescer!
12 de junho de 2008
Blake
To see a world in a grain of sand,
And a heaven in a wild flower,
Hold infinity in the palm of your hand,
And eternity in an hour.
William Blake, Auguries of Innocence
É fantástica a capacidade que algumas pessoas têm de incluir tal intensidade e grandiosidade de ideias em palavras tão simples, aparentemente tão prosaicas... Dá para sentir na pele a amplitude das alusões destas palavras!!
No meu discreto mas delicioso percurso académico, estes foram talvez os versos que mais me marcaram... percebe-se porquê!...
25 de maio de 2008
Almas desterradas
Num mundo calmo e simples, deram à luz pequenos seres e ambicionaram fazer deles alguém maior, alguém que tivesse força e destreza para alcançar patamares mais altos do que eles próprios conseguiram.
Nesse pequeno microcosmos, criaram-nos com carinho e simplicidade, depositaram neles grandes expectativas e, com grande esforço, mas também um infinito orgulho, mandaram-nos para longe, para a modernidade, para um mundo que eles próprios não conheciam, mas que fizeram questão de dar a conhecer...
Durante esse tempo, deixaram-nos conhecer, crescer, viver... Dotaram-nos da vontade e intenção de nos tornarmos seres iluminados, de provar o que há de bom e mau por aí... de experienciar grandes complexidades e de desenvolver a capacidade de nos desenvencilharmos delas.
E enquanto nós cresciamos, enquanto inconscientemente nos íamos tornando demasiado grandes para voltar a caber naquele mundo, eles, por lá, incubávam novas expectativas, entrançavam os vimes de um ninho para onde esperavam, seguros, que regressássemos, dócil e obedientemente...
O que não podiam adivinhar era que, entretanto, aqueles pequenos espíritos sedentos de saber e de vida, iam crescendo e complexificando aos poucos, e que dificilmente poderiam voltar a compreender e a caber naquele mundo que os esperava ansiosamente de volta, que queria abracá-los como se de filhos pródigos se tratassem, que regressavam finalmente, desiludidos com o que experienciaram lá fora e dando finalmente o valor devido ao que ficara para trás...
Não. Estes novos seres deixaram de ter um espaço neste pequeno mundo que os originou, este mundo que os impulsionou para o infinito e agora espera que regressem e que façam sentido de tudo o que ficou parado à sua espera.
Fizeram de nós seres maiores, seres mais complexos, mais sofisticados, seres com espírito crítico e horizontes longínquos. Almas que deixaram de caber nesse mundo. Almas desterradas que não têm já um espaço no passado, mas que não têm também a força para se destrinçar deste sem remorsos e para partir em busca desses horizontes... Seres que já não se reconhecem na sua pátria, que ficaram à deriva num lingo com tentáculos que ora os puxam para o passado, ora os seduzem para o futuro...
Nesse pequeno microcosmos, criaram-nos com carinho e simplicidade, depositaram neles grandes expectativas e, com grande esforço, mas também um infinito orgulho, mandaram-nos para longe, para a modernidade, para um mundo que eles próprios não conheciam, mas que fizeram questão de dar a conhecer...
Durante esse tempo, deixaram-nos conhecer, crescer, viver... Dotaram-nos da vontade e intenção de nos tornarmos seres iluminados, de provar o que há de bom e mau por aí... de experienciar grandes complexidades e de desenvolver a capacidade de nos desenvencilharmos delas.
E enquanto nós cresciamos, enquanto inconscientemente nos íamos tornando demasiado grandes para voltar a caber naquele mundo, eles, por lá, incubávam novas expectativas, entrançavam os vimes de um ninho para onde esperavam, seguros, que regressássemos, dócil e obedientemente...
O que não podiam adivinhar era que, entretanto, aqueles pequenos espíritos sedentos de saber e de vida, iam crescendo e complexificando aos poucos, e que dificilmente poderiam voltar a compreender e a caber naquele mundo que os esperava ansiosamente de volta, que queria abracá-los como se de filhos pródigos se tratassem, que regressavam finalmente, desiludidos com o que experienciaram lá fora e dando finalmente o valor devido ao que ficara para trás...
Não. Estes novos seres deixaram de ter um espaço neste pequeno mundo que os originou, este mundo que os impulsionou para o infinito e agora espera que regressem e que façam sentido de tudo o que ficou parado à sua espera.
Fizeram de nós seres maiores, seres mais complexos, mais sofisticados, seres com espírito crítico e horizontes longínquos. Almas que deixaram de caber nesse mundo. Almas desterradas que não têm já um espaço no passado, mas que não têm também a força para se destrinçar deste sem remorsos e para partir em busca desses horizontes... Seres que já não se reconhecem na sua pátria, que ficaram à deriva num lingo com tentáculos que ora os puxam para o passado, ora os seduzem para o futuro...
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